Investir em 2022 será mais desafiador, afirma especialista

S&P 500 não chegará nem perto de igualar avanço de 27% em 2021, disse Ailman, do fundo de pensão dos professores da Califórnia

CalSTRS afirma que a Exxon corre o risco de ser a próximo Blockbuster ou Kodak
Por John Gittelsohn
02 de Janeiro, 2022 | 09:13 AM

Bloomberg — O diretor de investimentos do segundo maior fundo de pensão do setor público dos Estados Unidos faz uma retrospectiva do ambiente lucrativo de 2021 e olha com um toque de pessimismo o que vem por aí.

“Será um ano desafiador”, disse Chris Ailman, do Sistema de Aposentadoria de Professores do Estado da Califórnia (CalSTRS), em uma entrevista à Bloomberg Television. O S&P 500 provavelmente não chegará nem perto de igualar o avanço de 27% registrado nos últimos 12 meses, disse ele. “Analisando historicamente, eu esperaria um ano de um dígito bem baixo.”

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Os retornos tendem a se reduzir depois de alguns anos de boom, e a probabilidade de uma recessão nos EUA aumenta se a crescente inflação estimular o Federal Reserve a apertar a política monetária, segundo Ailman.

Diversificar os portfólios é difícil devido ao baixo rendimento dos títulos e à incerteza no mercado imobiliário, com prédios de escritórios e shoppings sem inquilinos, disse ele.

O CalSTRS, que tinha US$ 320 bilhões em 30 de novembro, ganhará cerca de 15% no calendário de 2021, disse Ailman. Os fundos de pensão tiveram um retorno de investimento líquido de 27% no ano fiscal encerrado em 30 de junho, ante um retorno de 3,8% no ano fiscal de 2020. Sua taxa média anual de retorno presumida é de 7%. Os fundos de pensão tiveram um retorno anual médio de 7,6% durante os 20 anos sob o comando de Ailman, que assumiu o cargo de CIO em outubro de 2000.

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Eventos climáticos extremos, como o incêndio da última semana no Colorado, mostram mais uma vez por que a mudança climática está se tornando uma consideração crescente para os investidores, disse ele. Isso ressalta as razões pelas quais o fundo tem pressionado por mudanças em empresas como a Exxon Mobil.

A empresa precisa incluir novos membros em seu conselho e fazer a transição de petróleo e gás para uma gama mais ampla de fontes de energia, afirma Ailman. Se não o fizer, corre o risco de se tornar uma Kodak ou uma Blockbuster.

A inovação energética, disse ele, “trará algumas oportunidades alfa que as big techs estão tentando prever e solucionar”.

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--Com a colaboração de Romaine Bostick, Kriti Gupta e Tim Stenovec.

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