O Ibovespa na lanterninha entre os índices globais

Também no Breakfast: Mercados de renda variável dos EUA e no Reino Unido exibem pequenas perdas no último dia do ano; Em 2022, preço de energia deve subir ainda mais após recorde na Europa e Por que as ‘ações verdes’ caíram mais que de companhias aéreas em 2021?

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Bom dia! Hoje é 31 de dezembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

A bolsa brasileira encerrou 2021, considerado um dos melhores anos em termos de captações por meio de ofertas de ações, com uma baixa de 11,9% no Ibovespa, principal termômetro de desempenho das ações de empresas locais. Foi o pior ano para a bolsa desde 2015, período marcado pela crise econômica antes do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

As perdas no mercado brasileiro de ações contrasta com a forte valorização dos índices de Wall Street, que devem terminar o ano nesta sexta com novos recordes. Para efeito de comparação, o S&P 500 acumula uma alta no ano de 27,2%, enquanto o Dow Jones Industrial soma 18,9%. Já o Nasdaq 100, referência entre as grandes empresas de tecnologia, teve alta de 27,5% no período.

🔻 O mau desempenho da bolsa brasileira este ano é atribuído a diversos fatores, particularmente ao baixo crescimento da economia e às incertezas relacionadas à trajetória fiscal do governo antes das eleições de 2022, que devem turvar ainda mais os horizontes dos ativos brasileiros nos próximos meses.

Neste ano, a questão fiscal brasileira acentuou riscos globais como enfrentamento da pandemia de Covid-19, além de inflação e retirada de estímulos monetários e fiscais nas principais economias do mundo e também do Brasil.

Na trilha dos Mercados

O ano de 2021 já virou passado para a maioria dos mercados, mas os Estados Unidos se despedem hoje de um ano intenso e no mínimo surpreendente para os negócios, sobretudo para as bolsas.

Não faltaram incertezas para minar a confiança dos investidores: inflação galopante ao redor do globo, a disparada dos preços da energia, dos minérios e dos alimentos, dúvidas quanto ao peso da mão dos bancos centrais na política monetária, escassez de matérias-primas, problemas nas cadeias de abastecimento...

Sem falar que todos fomos apanhados de surpresa com a nova variante do coronavírus. Quando a campanha de vacinação deixou os países confortáveis para levantarem as restrições à mobilidade e enunciou a chegada da “vida normal”, veio a ômicron para bagunçar o coreto e reavivar as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da atividade econômica.

Contudo, por mais contraditório que pareça, as bolsas internacionais insistiram em renovar marcas recordes durante o ano de 2021.Os futuros de índices norte-americanos sinalizavam perdas no início da manhã. Os negócios no mercado financeiro dos EUA transcorrem normalmente hoje. No Reino Unido, cujas bolsas operam hoje em meia sessão, o movimento também era de baixa.

2022 bate à porta

O olhar que os investidores dirigem para 2022 é de otimismo. Se espera um bom ano para as bolsas, ainda que com potencial de desempenho mais modesto que o de 2021.

É certo que a evolução do coronavírus, a inflação e o aperto monetário de bancos centrais como o Federal Reserve (Fed) ainda se despontam como potenciais riscos para a renda variável.

Contudo, entre os analistas ressoam as expectativas de remissão da pandemia, com menos hospitalizações, novos medicamentos e uma volta à normalidade, o que beneficia o consumo – que pesem as incertezas, deu mostras de que está bem, obrigado.

Os resultados empresariais continuarão sendo um bom catalisador para os negócios com ações. Quanto à inflação, a expectativa corrente é de que tende a se moderar a partir do segundo semestre.

No que se refere à política monetária, uma retirada leve e gradual dos estímulos concedidos pelos bancos centrais deve manter o mercado com liquidez.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

  • Nos EUA, bolsas têm último dia de negócios de 2021. Reino Unido operará em meia sessão.

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

  • Preço de energia deve subir ainda mais após recorde na Europa: a Europa nunca pagou tanto por eletricidade como em 2021. O custo médio da energia para entrega no curto prazo subiu para níveis recordes este ano, com alta superior a 200% na Alemanha, França, Espanha e Reino Unido. Na região nórdica - onde a grande oferta de energia hidrelétrica tende a limitar os preços -, os custos aumentaram 470% em relação ao ano anterior.
  • Por que ‘ações verdes’ caíram mais que de companhias aéreas em 2021? Papéis do segmento de energias renováveis pagaram o preço do rali de 2019 e 2020, que elevou muito os preços. 
  • Robinhood planeja expandir acesso de ferramenta para opções: a empresa busca permitir que mais operadores usem um recurso de seu aplicativo móvel que faz a rolagem de contratos de opções, um mecanismo que amplia o prazo desses instrumentos. Opções dão o direito de comprar ou vender uma ação a um preço específico em uma data futura. Na Robinhood, a atividade de opções gerou cerca de 61% da receita de trading da empresa no terceiro trimestre.

Opinião Bloomberg

Por que o TikTok deve preocupar os economistas? O TikTok é agora o site mais popular do mundo, por um lado, e, como tal, sua influência sobre a maneira como a autoimagem dos jovens e a percepção que têm sobre si mesmos está atraindo cada vez mais atenção. Eu sou economista, então gostaria de me concentrar em um assunto consideravelmente mais restrito: o que os vídeos do TikTok dizem sobre a forma como os jovens veem e pensam sobre economia. As notícias - para minha profissão, mas não necessariamente para o TikTok - não são boas. Para os fins deste experimento, digitei “economia” na barra de pesquisa do TikTok e simplesmente observei o que surgia. O primeiro vídeo que vi foi sobre os altos salários dos graduados em economia no mercado de trabalho, em comparação com outros cursos de humanas.

Pra não ficar de fora

Se estiver pensando em se mudar para Miami para ver o porquê de tanto alarde sobre a cidade, é melhor ter certeza de que pode pagar por isso, porque esta não é mais a Miami que costumava ser. Áreas como Downtown, Brickell e Edgewater tiveram aumentos no aluguel entre 30-65%.

Não é segredo que Miami está se tornando a “Capital do Capital”, um hub de tecnologia, um centro de criptoativos e até mesmo um centro financeiro digno de atrair capitalistas de risco e fundos de hedge de Nova York e Califórnia. Mas tudo isso tem um custo, e os moradores locais estão sentindo isso na disparada dos aluguéis no ano passado; mesmo a um preço alto, os imóveis são escassos.

Segundo a Zumper, uma plataforma de aluguel dos Estados Unidos, o aluguel médio de um apartamento de um quarto em Brickell passou de US$ 2,1 mil em dezembro de 2020 para US$ 3.283 em dezembro de 2021 – representando um aumento de 56%. Um apartamento de dois quartos? Saltou de US$ 2.870 para US$ 4.750 – um aumento de 65%.

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