Bloomberg — As empresas que compraram e mantiveram Bitcoin tiveram um bom desempenho para os investidores em 2021 - embora não tão bem quanto a moeda digital em si.
Um índice ponderado por capitalização de mercado de corporações, incluindo MicroStrategy Inc., Tesla Inc. e Coinbase Global Inc., que têm Bitcoin em seus balanços ou estão expostas ao ecossistema de criptoativos teve retorno de cerca de 25% este ano. (O índice personalizado é baseado no ETF Valkyrie Balance Sheet Opportunities, ticker VBB, lançado em meados de dezembro.)
Esse ganho está em linha com o do índice de ações de referência S&P 500, mas fica atrás dos do próprio Bitcoin, que subiu 60% no ano. O Bloomberg Galaxy Crypto Index, que rastreia algumas das maiores moedas digitais, superou todas elas, entregando ao segmento - ou “HODLers”, como são conhecidos - retornos de mais de 160% no período.
“Este ano, mesmo com a persistência da volatilidade do Bitcoin, a controvérsia do segmento cripto começou a desaparecer”, disse Max Gokhman, diretor de investimentos da AlphaTrAI. Com “a classe de ativos mais ampla crescendo exponencialmente, há um entendimento entre os investidores de que as empresas dispostas a experimentar Bitcoin nos balanços agora podem estar consolidando uma vantagem necessária pelo pioneirismo”.
Musk impulsiona cripto
O fundador da Tesla, Elon Musk, fez barulho ao revelar em fevereiro que a fabricante de veículos elétricos havia comprado Bitcoin. Ele não foi o primeiro a ter a ideia, mas seu anúncio atraente ajudou a impulsionar a maior criptomoeda do mundo para o recorde da época.
Muitos especialistas alertaram contra a tática da Tesla, dadas as bem conhecidas oscilações de preço do Bitcoin. A realidade é que quase tudo conectado a criptoativos teve um boom em algum momento de 2021. Muitas moedas digitais grandes e pequenas apresentaram altas estelares, tornando-se nomes conhecidos no processo conforme a criptoeconomia e esse mercado explodiam. Agora, os investidores que buscam exposição ao mundo dos ativos digitais têm muitas opções para escolher, inclusive por meio de fundos negociados em bolsa que rastreiam os futuros do Bitcoin.
O Bitcoin permanece tão volátil como sempre: a maior criptomoeda registrou quase tantos movimentos descomunais para cima ou para baixo em 2021 quanto em 2017 ou 2018, anos tipicamente lembrados como muito voláteis para o token. E está terminando o ano com uma nota negativa, no ritmo de seu pior mês desde maio, depois de recuar do recorde de US$ 69 mil alcançado em novembro.
Ainda assim, com o Bitcoin e outras moedas digitais se tornando ainda mais populares, as empresas que se adaptam à crescente demanda por criptoativos podem ter uma vantagem, de acordo com Gokhman.
“Como há uma maior adoção do consumidor, descobrir como realmente fazer transações com cripto em escala será uma habilidade necessária para aprender. E as empresas que estão se movendo nessa direção com prudência podem ser recompensadas”, disse ele.
--Com a ajuda de Elena Popina.
(atualizado às 18h40 com cotações mais recentes)
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