Bloomberg — A Tesla Inc. anunciou um recall de cerca de 475 mil carros nos EUA - quase o equivalente às entregas globais no ano passado - por causa de defeitos técnicos que podem aumentar o risco de acidentes.
A empresa planeja fazer o recall de todos os veículos Modelo 3 fabricados entre 2017 e 2020 - isso significa até 356.309 carros. O cabo da câmera retrovisora pode ser danificado ao abrir e fechar o porta-malas e impedir a exibição da imagem, informou a Agência Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário.
A Tesla também está fazendo recall de 119.009 carros Modelo S montados em 2014 por causa de uma trava frontal com defeito que poderia causar a abertura inesperada do capô, de acordo com uma declaração separada da NHTSA também postada em seu site nesta quinta-feira. A empresa disse que vai consertar ambos os problemas gratuitamente.
A NHTSA disse que a Tesla identificou 2.305 reclamações que podem estar ligadas a qualquer uma das duas falhas, mas a montadora não está ciente de quaisquer colisões, lesões ou mortes relacionadas.
As ações da Tesla chegaram a cair 1,8% no pré-mercado para US$ 1.066,62. Na abertura dos negócios em Nova York, os papéis eram negociados com baixa de 0,21% para US$ 1.086. As ações da empresa valorizaram cerca de 54% neste ano.
Embora o escopo do recall seja grande para a Tesla, esses recalls são cada vez mais rotineiros na indústria automobilística. Em 2020, os recalls envolveram mais de 300 modelos de automóveis e afetaram quase 28 milhões de veículos, excluindo os recalls relacionados a airbag da Takata, de acordo com a consultoria Stout, com sede em Chicago.
Os recalls da Tesla não parecem estar relacionados a questões mais contenciosas envolvendo o escrutínio regulatório da tecnologia da montadora elétrica.
A NHTSA disse no início deste mês que está analisando uma atualização de software recente da Tesla que permite aos motoristas jogar videogame na tela do painel enquanto o veículo está em movimento. NHTSA também está no meio de uma análise sobre o sistema de piloto automático da Tesla. A investigação foi lançada por reguladores dos EUA após uma dúzia de colisões em cenas de acidentes.
A Tesla no início deste ano teve que consertar o software de mais de 285 mil carros na China - a maioria dos veículos que entregou lá nos últimos anos - para resolver um problema de segurança identificado pelo regulador do país.
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