França pode ficar sem eletricidade em caso de onda de frio em janeiro

Mais de um quarto dos 56 reatores atômicos estão atualmente parados porque a pandemia interrompeu o programa de manutenção

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Bloomberg — A França corre o risco de ficar sem eletricidade no caso de uma onda de frio mais forte ou falta de vento no próximo mês, já que um número elevado de reatores nucleares do país estão parados para manutenção, disse a operadora da rede elétrica do país.

O aviso é um lembrete de que a crise energética da Europa dá poucos sinais de diminuir depois de abrandar esta semana em meio aos feriados de fim de ano. Os crescentes preços do gás e da energia já forçaram algumas empresas no continente a reduzir a produção, enquanto os governos responderam à crise com cortes de impostos e subsídios, principalmente para os consumidores.

Em avaliação atualizada para janeiro, a Reseau de Transport d’Electricite informou que provavelmente precisará ativar contratos que lhe permitam cortar brevemente a eletricidade para alguns grandes fabricantes ou mesmo reduzir a tensão na rede em caso de uma onda de frio ou vento fraco para geração. Como último recurso, cortes de energia de até duas horas podem ser usados, disse a RTE.

“Com base na última previsão para janeiro, tais eventos meteorológicos - incluindo uma forte onda de frio - parecem muito improváveis para o início do mês, e menos prováveis para o resto do mês”, disse a RTE. “Portanto, o risco de cortes de energia está essencialmente descartado pelo menos no início de janeiro.”

Reatores sem manutenção

Mais de um quarto dos 56 reatores atômicos da Electricite de France SA estão atualmente parados porque a pandemia de coronavírus interrompeu o programa de manutenção da concessionária.

Enquanto a capacidade total de produção nuclear da EDF na França totaliza 61 gigawatts, apenas entre 43 e 51 gigawatts estarão disponíveis na maior parte de janeiro, um recorde de baixa para esta época do ano, disse a RTE.

Embora garantir que os cidadãos possam manter as luzes acesas seja sempre uma questão politicamente sensível, qualquer apagão seria um golpe para o presidente Emmanuel Macron antes das eleições presidenciais de abril. Seu governo fechou os dois reatores mais antigos da França no ano passado e está suspendendo a operação da maioria das usinas elétricas movidas a carvão do país para reduzir as emissões de carbono.

No início deste ano, a operadora de rede da França pediu “vigilância” no fornecimento de energia, especialmente durante janeiro e fevereiro, por causa de um aumento mais lento do que o esperado de energias renováveis e repetidos atrasos na construção de uma nova usina atômica, deixando o país com energia pouco mais do que o suficiente para o abastecimento durante o inverno.

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