Bitcoin não segura ganhos e amplia perdas mensais do segmento cripto

Criptomoeda recuou cerca de 18% neste mês, enquanto o universo cripto perdeu US$ 420 bilhões em valor de mercado

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Bloomberg — O Bitcoin não conseguiu manter o ritmo de ganhos durante a noite e continuou perdendo terreno nesta quarta-feira, dando sequência ao que se tornou o pior mês para a criptomoeda desde maio.

O token estava sendo negociado em Nova York com perdas de 1,7%, a US$ 46.440, perto das 18h30 (20h30 em Brasília) após uma queda de quase 7% na sessão anterior.

A criptomoeda recuou 18% neste mês, enquanto o universo cripto perdeu cerca de US$ 420 bilhões em valor de mercado no período, de acordo com o rastreador CoinGecko.

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A demanda pelos investimentos mais especulativos diminuiu no final de 2021, em parte porque o Federal Reserve recuou na política de estímulo excepcional que ajudou a impulsionar uma variedade de ativos neste ano. Alguns analistas dizem que a reversão será breve.

“Eu suspeito que o movimento de fechamento de ano exagerou o estreitamento da faixa”, disse Jeffrey Halley, um analista de mercado sênior da OANDA. “Não há nada que sugira que os recentes US$ 45 mil a US$ 52 mil do Bitcoin estejam sob ameaça.”

Nesta quarta-feira, outras moedas também foram duramente atingidas, com Cardano e Solana perdendo mais de 8% cada, e Polkadot caindo quase 6%, de acordo com a CoinGecko.

Os estrategistas estão de olho nos principais níveis técnicos de oscilação das criptomedas para obter pistas sobre a direção do Bitcoin.

Katie Stockton, fundadora e sócia da Fairlead Strategies, uma empresa de pesquisa independente focada em análise técnica, disse que o próximo nível de suporte do Bitcoin é de cerca de US$ 44.200, com base variação de Fibonacci.

A oscilação do token neste mês reduziu seu espectro no acumulado do ano para cerca de 65%, ainda à frente dos ativos tradicionais, incluindo ações globais e commodities.

Os adeptos das criptomoedas esperam que o Bitcoin retome seu avanço e volte para o recorde de US$ 69 mil alcançado no mês passado. Entre seus argumentos está a polêmica ideia de que o token oferece proteção contra a inflação.

“O arco de variação é longo”, disse Graham Jenkin, CEO da Crypto Exchange CoinList, à Bloomberg Television. “Com o tempo, o Bitcoin será um ativo muito superior para se investir.”

Pode ser que uma queda nos volumes de negócios durante o período de férias de Natal esteja exacerbando os movimentos dos preços.

“No entanto, vou arriscar e classificar isso como baixo volume, algo típico dos períodos de feriado”, disse Mati Greenspan, fundador da empresa de análise de mercado, consultoria e gestão de dinheiro Quantum Economics, referindo-se ao desempenho recente.

--Com assistência de Andreea Papuc e Anchalee Worrachate.

(Atualizado às 20h30 com cotações mais recentes)

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