Mão de obra ainda será desafio para setor logístico em 2022

Com aumento de casos da ômicron e maiores restrições dos governos, empresas não conseguem encontrar mão de obra suficiente

Trabalhadores que entregam mercadorias em navios e caminhões carregam o fardo de uma infraestrutura das cadeias de suprimentos ainda mergulhada no caos
Por K. Oanh Ha e Ann Koh
28 de Dezembro, 2021 | 06:58 PM

Bloomberg — De trabalhadores marítimos que se recusam a voltar aos navios a motoristas de caminhão cuja preocupação com o fechamento das fronteiras devido à Covid supera o atrativo de salários mais altos, a indústria de transporte se prepara para outro ano de gargalos nas cadeias de suprimentos.

Com o aumento de casos da ômicron e maiores restrições dos governos, empresas de logística, de gigantes globais a pequenas empresas, não conseguem encontrar mão de obra suficiente. De acordo com a União Internacional dos Transportes Rodoviários, cerca de 20% de todas as vagas de motoristas de caminhão profissionais não foram preenchidas, apesar de muitos empregadores oferecerem aumento de salários. Alguns segmentos no transporte por navios também alertam sobre desafios para contratações.

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“2022 parece ser mais um ano de grave disrupção, abastecimento insuficiente e custos extremos para os proprietários de cargas”, disse Simon Heaney, analista da consultoria de pesquisa marítima Drewry. “O vírus está mais uma vez mostrando que está no comando”, disse ao prever outros 12 meses de mão de obra apertada e burocracia relacionada a questões sanitárias.

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Conforme a ômicron passa a ser a variante dominante, trabalhadores que entregam mercadorias em navios e caminhões carregam o fardo de uma infraestrutura das cadeias de suprimentos ainda mergulhada no caos. Com longas semanas de quarentena combinadas com a natureza precária de cruzar fronteiras e o medo de contágio, algumas pessoas recusam contratos enquanto outras buscam trabalho em setores diferentes, segundo empresas.

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Na Romênia, muitos motoristas de caminhão não querem aceitar empregos de longa distância em outras regiões da Europa, depois de engarrafamentos de 48 quilômetros do ano passado e esperas de até 18 horas nas fronteiras da União Europeia. Países onde as infecções estão aumentando são particularmente problemáticos, de acordo com Alex Constantinescu, CEO da Alex International Transport 94 SRL, que opera 130 caminhões que entregam produtos farmacêuticos e alimentícios em todo o continente.

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Diante da escassez de motoristas antes da pandemia, a crise de mão de obra no setor de transporte rodoviário se tornou mais aguda, afirmou. A empresa teve de aumentar os salários em cerca de 30% nos últimos três anos.

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“Longas horas na estrada, dormindo na cabine e agora sem saber se as pessoas com quem você interage têm o vírus - dirigir caminhões não é mais muito atraente”, disse Constantinescu, que fundou a empresa há 27 anos.

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