Bloomberg Línea — As chuvas que atingem a Bahia nas últimas três semanas, em especial na região Sul e no Médio Sudoeste, já estão sendo consideradas o maior desastre natural do Estado, superando os alagamentos registrados em 1967, na famosa cheia do Rio Cachoeira. Hoje (28), falando diretamente de Ilhéus, no sul do Estado, a veículos de imprensa, o governador Rui Costa disse que, considerando a extensão e o número de municípios atingidos, as chuvas deste ano já podem ser classificadas como o maior desastre natural que a Bahia já viu.
“Tudo começou há mais ou menos três semanas, no sul da Bahia, com quatro cidades atingidas e cerca de 2,4 mil pessoas afetadas, mas o desastre se estendeu para outras regiões, pegando todo o extremo sul, médio sudoeste e Vale do Jequiriçá”, disse o governador hoje pela manhã. Os últimos dados da defesa civil da Bahia indicam que o número de mortes decorrentes do desastre já subiu para 20 e o de feridos chega a 358. O Estado contabiliza 31.405 desabrigados e 31.391 desalojados, em 116 municípios, dos quais 100 já decretaram situação de emergência.
Veja mais: Chuvas afetam infraestrutura e causam prejuízo ao turismo no sul da Bahia
Estradas federais e estaduais estão com trechos interditados. Pontes e ruas em municípios foram destruídas. “Não é possível neste momento estipular o prazo de recuperação das estradas porque ainda não temos a dimensão exata dos estragos”, disse o governador. Em alguns casos, será necessário aguardar vistorias técnicas para se identificar a melhor solução para cada caso. Por esse motivo, o governo da Bahia ainda não consegue identificar a quantidade de projetos a serem definidos nem o montante de recursos a serem aplicados na reconstrução do Estado.
Crédito a juro zero
Mesmo com trechos de estradas interrompidos e com regiões ainda sob as águas, Rui Costa não recomendou que o deslocamento das pessoas fosse suspenso. Ele disse que para aqueles que se deslocam à região que o façam com cuidado e lembrou a importância econômica que o turismo tem para as áreas atingidas.
Veja mais: Chuvas na Bahia: as imagens que mostram o tamanho do estrago
Para incentivar a retomada do comércio e da atividade econômica, o governo da Bahia disponibilizou aos comerciantes da região uma linha de financiamento sem juros para empréstimos até R$ 150 mil, com 12 meses de carência e 36 meses para pagamento por meio do DesenBahia. Para valores superiores, as taxas de juros cobradas são do CDI. “Vamos ajudar a reconstruir a vida das pessoas, buscar as parcerias com as prefeituras para recuperar a infraestrutura danificada e, neste momento, garantir a acessibilidade das pessoas, ainda que de forma provisória. Com as chuvas passando, vamos iniciar a recuperação definitiva”, disse Costa.
Para as pessoas afetadas, Rui Costa disse que o governo do Estado vai estipular um auxílio financeiro às pessoas e também ajudar na reconstrução das casas atingidas nos municípios em estado de emergência. Segundo Costa, alguns milhares de casas precisarão ser reconstruídas e outras ainda passarão por análise da defesa civil para avaliar as estruturas e segurança dos imóveis. “Faço um apelo para que os prefeitos façam o cadastramento das pessoas, com nome, CPF, RG, data de nascimento, endereços, ruas e locais alagados. É preciso esse cadastro para cumprir medidas legais para a liberação da ajuda”, disse o governador.
Leia também: