Bloomberg — Atrasos relacionados à ômicron atrapalham os planos de viagens para as festas de fim de ano e ampliam o período de perdas para ações de companhias aéreas, que começou em março de 2021.
O índice S&P 500 Airlines mostra queda nos últimos oito meses, com a reversão da subida de um ano iniciada logo após o surgimento da pandemia em 2020. No ano passado, investidores viam o índice, que inclui as cinco maiores operadoras dos EUA, como uma referência para a aposta na recuperação e um prenúncio do retorno das viagens domésticas e internacionais.
Mas o retorno dos passageiros não sustentou o setor de viagens. Embora ações de companhias aéreas geralmente acompanhem o número de passageiros, os últimos quatro meses mostraram uma divergência devido à escassez de tripulantes, escalas internacionais interrompidas e endividamento de longo prazo das aéreas.
Os problemas trouxeram mais volatilidade à negociação de ações do segmento de viagens, e investidores recorreram aos papéis de aéreas e cruzeiros como um veículo fácil para apostas em volatilidade.
Veja mais: Entenda o colapso da Itapemirim, que deixou aviões no chão nas vésperas do Natal
Companhias aéreas registraram alguns dos maiores níveis de volatilidade em 120 dias do S&P 500. Nos dias em que estratégias de volatilidade guiam os retornos do mercado, ações de viagens tendem a apresentar melhor desempenho.
Com a maior demanda recente de investidores por ações mais defensivas ou de grande crescimento, companhias aéreas perdem seu atrativo.
A maioria das aéreas americanas ainda não registrou lucro trimestral desde o início da pandemia de Covid-19. Delta e Southwest foram as duas primeiras a projetar lucro para o quarto trimestre graças à demanda de fim de ano e menores custos com combustível de aviação.
Veja mais: Mercado de seguro viagem dispara com retomada de voos internacionais
Outras operadoras buscam alternativas. A American Airlines, por exemplo, dá continuidade aos voos exclusivos de carga após uma pausa de 37 anos devido à demanda por entregas.
E, com a ômicron interferindo nas escalas de voos internacionais e na tripulação disponível, aéreas fazem lobby por auxílio federal “crítico” e pressionam pela obrigatoriedade de vacinação. Além disso, o setor continua muito endividado no longo prazo, resultado da captação de fundos em 2020 com prêmios altíssimos, e investidores precisarão considerar como esses desafios complexos afetarão os preços das ações.
Veja mais em bloomberg.com
©2021 Bloomberg L.P.