Por que vale a pena ter essas três criptomoedas na carteira neste fim de ano

Entre notórias e anônimas, Ethereum, Bitcoin e Polkadot, que bombaram em 2021 podem continuar agitando o mercado em 2022

Desempenho de algumas criptos em 2021 pode dar pistas de quais serão os movimentos em 2022
24 de Dezembro, 2021 | 07:55 AM

Bloomberg Línea — O fim de ano é aquele momento em que todos fazem um balanço do que aconteceu no ano que se encerra, revendo os momentos bons e ruins, as más e boas decisões, mas também se prepararam para o novo ano que se inicia. Isso vale para muitos setores da vida, inclusive as finanças.

Em 2021, as criptomoedas roubaram a cena no mercado financeiro inúmeras vezes, seja por altas estelares ou por fortes derrocadas repentinas. No meio de tantos acontecimentos, pode ser difícil para quem já investe ou ainda quer ingressar nesse universo.

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Conversamos com alguns analistas especializados em moedas digitais e reunimos três criptomoedas que vale a pena você ter na sua carteira

1- Bitcoin (BTC)

A primeira da lista é justamente a mais famosa e conhecida de todas. Mesmo sendo a cripto mais antiga - se é que dá pra considerar antigo um ativo de pouco mais de 10 anos - o Bitcoin conseguiu se consolidar no mercado, tornando-se referência entre as moedas digitais. Nenhum dos inúmeros projetos que vieram conseguiu tomar seu lugar.

“Vale muito a pena para o investidor, principalmente aquele que está começando, iniciar pela pela maior de todas, aquela que se estabeleceu como sendo o padrão em criptomoedas”, diz Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest. “Até hoje sua rede continua ali inabalada, funcionando muito bem, com segurança. Ela estabeleceu como sendo o padrão quando falamos em criptomoedas”.

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Apesar das turbulências que o ativo digital sofreu ao longo de 2021, mais da metade dos atuais investidores no ativo entraram no ramo nos últimos 12 meses, segundo a empresa Grayscale Investments.

Em uma pesquisa com 1.000 pessoas, cerca de um quarto disse que já possuía Bitcoin e desses 55% disseram que começaram a investir neste ano.

Os resultados ressaltam o crescimento explosivo que as criptomoedas tiveram este ano à medida que os investidores aplicaram dinheiro na classe de ativos voláteis em meio à popularidade crescente até mesmo de produtos auxiliares, como NFTs.

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O Bitcoin subiu cerca de 70% em 2021 após uma queda recente, enquanto alguns outros tokens, como o Ether, viram seu valor aumentar cinco vezes.

2- Ethereum (ETH)

No quesito popularidade, o Ethereum não está tão longe do Bitcoin. A criptomoeda também teve seu momento de destaque em 2021 e, segundo Caio Villa, diretor de investimentos da exchange de criptos Uniera, ela continuará sendo uma boa pedida para 2022

“O Ethereum hoje ele é proof of work, então a mineração dele acontece semelhante como é a do Bitcoin, através de força de hardware. No início do ano que vem, até o segundo trimestre, ele vai se transformar em proof of stak”, comenta Villa. Com essa mudança, não haverá mais mineradores mas sim validadores ou cunhadores, tendo em vista que o novo bloco desenvolvido na rede não será baseado no trabalho computacional e sim na quantidade de criptos investidas.

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“Com isso, o sistema vai se tornar deflacionário, hoje o sistema é inflacionário, tal qual o Bitcoin (embora o Bitcoin seja uma inflação controlada)”, pontua Villa. “Somado a quantidade de Ethereum disponível dentro das exchanges centralizadas que não param de diminuir (os dados mostram isso), pode ser que nos leve ao choque de supply, logo, quem estiver bem posicionado pode se dar bem nessa”, completa o diretor.

Em outubro, a criptomoeda atingiu seu patamar recorde, acima de US$ 4.400, seguindo o sentimento otimista em torno de uma atualização da plataforma. O sistema ganhou impulso após uma atualização bem-sucedida, projetada para torná-lo mais rápido e mais eficiente em termos de energia.

3- Polkadot (DOT)

Essa é bem provável que você ainda não tenha ouvido falar. O projeto Polkadot foi criado por Gavin Wood, um dos fundadores do projeto Ethereum. A DOT é uma criptomoeda destinada a fornecer interoperabilidade entre outras blockchains, para permitir que sistemas trabalhem juntos sob o mesmo teto.

A rede Polkadot foi projetada para operar dois tipos de blockchains: o primeiro é uma rede principal, que é a cadeia de retransmissão. Ali, as transações são permanentes. Além disso, há as redes criadas pelo usuário, as quais são chamadas de parachains.

As parachains podem ser personalizadas para qualquer número de usos e também podem ser alimentadas no blockchain principal, o que faz com que as transações parachain se beneficiem da mesma segurança da cadeia principal.

“Ela (Polkadot) teve um pull back grande recentemente, então é interessante analisar se pode ser um ponto de entrada”, diz Villa, da Uniera. “A Polkadot está fazendo um leilão das suas parachains, e nesse leilão a pessoa tem que locar, ou seja, travar a moeda durante 96 semanas. Então, imagine o número de moedas que vão ser locadas”, completa.

“Então você vai tirar todo esse DOT do mercado. Isso pode fazer com que tenha uma apreciação grande nesse momento, sobretudo com o início das construções das parachains, que vão ser soluções de primeira camada. A Polkadot é de camada zero e todas parachains serão de primeira camada”, acrescenta.

Para ficar no radar

Além das três mencionadas acima, os analistas consultados pela Bloomberg também destacaram outras criptos como a Fantom (FTM), Celsius (CEL), Chainlink (LINK) e Sandbox (SAND).

“A Celsius nasceu com o intuito de concorrer com o mercado tradicional de empréstimos e vem se estabelecendo no exterior, com uma estrutura muito sólida e foco em segurança”, diz Farto. O analista também destaca a SAND, um dos projetos do metaverso, que envolve a mistura de mundo real com virtual. “Ela (SAND) está muito ligada ao universo de NFT, com a ideia de realidade virtual, que está bastante em alta”, comenta Farto.

Entre famosas e anônimas, as criptomoedas continuarão trazendo emoção para o mercado em 2022.

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Igor Sodré

Jornalista com formação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com experiência na cobertura de cultura e economia, tendo como foco mercado financeiro e companhias. Passou pela Bloomberg News e TradersClub.