A China bloqueou a cidade de Xi’an, no oeste do país, na quinta-feira (23), na tentativa de frear um novo surto de coronavírus. Os 13 milhões de residentes da localidade foram orientados por autoridades a permanecer em suas casas e designar uma única pessoa para sair todos os dias para atender às necessidades básicas. Além disso, viagens não essenciais para fora da cidade foram proibidas. Isso aconteceu depois que uma segunda rodada de testes em massa identificou 127 infecções por Covid espalhadas por 14 distritos, tornando a contenção do vírus “grave e complicada”, informou a agência oficial de notícias Xinhua.
O número crescente de casos ressalta o desafio que a China enfrenta em um momento de aumento do fluxo das viagens de férias e preparação para os Jogos Olímpicos de inverno, em fevereiro de 2022. A maioria das infecções provém da variante delta, que se espalhou pela maior parte do mundo durante o verão e o outono. Mas, além disso, agora a China também se prepara para a ômicron, variante altamente infecciosa.
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O vice-premiê chinês Sun Chunlan pediu medidas “rápidas” para conter a propagação de infecções. Sun, que é uma das autoridades mais importantes da China, também enfatizou a importância de apertar as restrições de circulação de pessoas para evitar aglomerações, de acordo com a agência Xinhua, que também reportou que o governo pediu às autoridades locais que garantam que as pessoas reduzam viagens e reuniões nos próximos feriados.
Batalha incansável
O bloqueio de Xi’an é o mais recente esforço da China para frear e até mesmo extinguir a transmissão local da variante delta. O país é o único do mundo ainda totalmente empenhado em eliminar o vírus e zerar os casos. Para evitar que as infecções em Xi’an fluam para outras áreas, a cidade cancelou todos os voos domésticos.
Durante a pandemia, as autoridades conseguiram impedir os surtos em cerca de um mês por meio de testes em massa, rastreamento agressivo de contatos e bloqueios em áreas específicas.
No entanto, à medida que as novas cepas do vírus se tornaram mais infecciosas, medidas cada vez mais restritivas são necessárias para conter os surtos, pressionando a segunda maior economia do mundo.
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Autoridades de Pequim reconheceram na quinta-feira que inevitavelmente haverá infecções por Covid nos Jogos Olímpicos de inverno, que devem começar no início de fevereiro. A exigência é que todos os participantes que recebam doses de reforço para melhor proteção contra o vírus, especialmente aqueles causados pela variante ômicron.
Disseminação silenciosa
Um faxineiro de um hotel em quarentena foi infectado há duas semanas, depois de desinfetar os quartos de viajantes com resultado positivo na chegada à China. O vírus se espalhou rapidamente para colegas de trabalho, enquanto outra cadeia de transmissão pode tê-lo trazido do aeroporto para as comunidades locais.
Muitos dos primeiros casos foram causados por um subtipo da cepa delta. No entanto, a propagação subsequente do vírus não foi totalmente contabilizada, permitindo que ele se espalhasse secretamente pela cidade e desencadeando um bloqueio total, em um esforço para conter o vírus. Mais de 200 casos foram detectados até quinta-feira.
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Embora o número de infecções permaneça pequeno, o fato de estarem espalhadas pelos 14 distritos da cidade mostra como será difícil conter o surto. As autoridades ainda não identificaram algumas cadeias de transmissão e a cidade está iniciando uma terceira rodada de testes em massa na esperança de localizá-las.
Casos subsequentes foram encontrados em duas outras cidades da província de Shaanxi, onde Xi’an é a capital. As infecções também ocorreram em Pequim e no centro industrial de Dongguan, no sul da China, onde 20 casos relacionados ao surto de Xi’an foram detectados.
Na internet chinesa, algumas pessoas descreveram o surto como “o pior que a cidade já enfrentou”. Vídeos postados online também mostram pessoas brigando por comida e outros bens essenciais em supermercados.
Momento particular
O surto ocorre em um momento em que a cidade deve realizar um exame de admissão à pós-graduação para cerca de 135 mil pessoas no próximo fim de semana. Alguns foram orientados a fazer o exame em outras cidades ou províncias, enquanto aqueles que estão infectados ou foram identificados como um contato próximo farão o teste em quarentena.
Enquanto isso, autoridades de saúde do país detectaram quatro infecções da ômicron em pessoas que retornavam do exterior. Agora as autoridades prometem apertar ainda mais as restrições nas fronteiras e portos.
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