Bloomberg — A variante ômicron pode enviar a inflação da zona do euro para qualquer direção, dependendo de como governos, empresas e consumidores responderem, segundo Madis Müller, membro do conselho do Banco Central Europeu.
“Se houver mais lockdowns e fortes restrições à economia, a demanda pode cair e, mais provavelmente, pode resultar em pressão de baixa sobre a inflação”, disse Müller em entrevista na terça-feira em Tallinn. “Por outro lado, se os problemas da cadeia de suprimentos, por exemplo, durarem mais devido à ômicron, pode haver pressão de alta.”
“Hoje é difícil dizer qual será o caminho”, disse.
Governos europeus têm pressa para vacinar cidadãos contra a Covid-19 à medida que a ômicron se espalha pelo continente. Alguns, incluindo o novo governo em Berlim, estudam medidas mais rigorosas para evitar que os sistemas de saúde fiquem sobrecarregados, enquanto os Países Baixos já decretaram um novo lockdown no domingo.
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Diante da maior taxa de inflação desde a criação da moeda única, a projeção do BCE divulgada na semana passada indica desaceleração dos preços ao consumidor, com alta média de 3,2% em 2022 frente ao aumento de quase 5% em novembro.
Mesmo com a expectativa de que os fatores que puxam esse aumento percam força, autoridades devem ficar de olho para saber se a inflação está se tornando mais arraigada, de acordo com Müller.
“Se a inflação ficar elevada por muito tempo, ainda que por fatores que parecem temporários por natureza, maior será o risco de que essa inflação seja cada vez mais repassada para outros produtos e serviços”, disse.
Na Estônia, a recuperação econômica tem elevado os preços em um dos ritmos mais rápidos da região do euro. Novas projeções divulgadas na quinta-feira mostram que a inflação no país báltico será de 6,9% em 2022, mais que o triplo da meta de 2% do BCE.
“Se a inflação no ano que vem for ainda mais rápida do que o previsto devido aos preços da energia, por exemplo, acho que é motivo para reavaliar se existem fatores adicionais que são mais constantes por natureza.”
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