Bloomberg Línea — A healthtech Alice anunciou nesta terça-feira (21) que levantou US$ 127 milhões em uma rodada de investimento série C, liderada pelo SoftBank Latin America Fund (SBLA). É o maior aporte já registrado por uma healthtec na América Latina e uma das maiores entre startups brasileiras, segundo a própria companhia.
Desde junho de 2020, quando iniciou captações, a Alice soma US$ 174,8 milhões em investimentos. A última rodada, no valor de US$ 33,3 milhões, aconteceu em fevereiro deste ano e foi também a maior série B já registrada no país para uma healthtech.
Conforme a companhia, a captação anunciada hoje foi acompanhada pelos fundos Kaszek e ThornTree Capital Partners - que já participaram de rodadas anteriores - e teve novos nomes, como Allen & Company LLC, G Squared, Globo Ventures, StepStone, além de investimentos realizados por especialistas de saúde parceiros. Canary, Endeavor Catalyst e Maya Capital mantiveram-se como acionistas.
André Florence, cofundador e CEO da Alice, disse em entrevista exclusiva à Bloomberg Línea que a partir de agora o objetivo é ampliar o alcance da plataforma para mais clientes e investir mais na estrutura tecnológica.
“Queremos crescer nossa base de usuários, investir em novas parcerias. O grande foco é ter mais pessoas com acesso a esse ‘wonderland’”.
Florence, que foi incluído entre os 100 Empreendedores de 2021 pela Bloomberg Línea, contou que a series C inicialmente estava planejada para acontecer só em 2022, mas foi antecipada pela boa relação com os investidores, principalmente com o SoftBank, que ainda não tinha nenhuma companhia de healthtec do Brasil no portfólio.
Queremos ampliar nosso mercado, entrar em novos segmentos, tanto regional quanto em camadas da população com renda mais baixa. Hoje, nosso produto de entrada para uma pessoa de 30 anos custa R$ 575,00, o que já é uma redução de 40% em relação ao nosso início. Nós já viemos reduzindo e lançando produtos cada vez mais baratos. Nosso sonho é chegar a um produto de fato popular e aumentar a penetração de plano de saúde no Brasil, o que vai ser muito importante para a saúde pública como um todo
André Florence
Para 2022, a empresa ainda planeja a abertura de novas Casas Alice, clínicas proprietárias onde clientes realizam consultas e exames. Atualmente, a companhia só tem um espaço como esse, na zona oeste de São Paulo, e o plano é inaugurar pelo menos mais um ainda no primeiro semestre do próximo ano também na capital paulista.
No mês passado, a companhia anunciou a aquisição da startup Cuidas, voltada para o atendimento corporativo e com foco na saúde primária, com objetivo de expandir o alcance no mercado B2B.
A Alice hoje registra mais de seis mil clientes, um aumento de dez vezes ante os números do início deste ano, de cerca de 674.