Ômicron volta a assustar e derruba mercados

Ibovespa despenca quase 2% seguindo mau humor do exterior

Riscos de novos lockdowns pelo mundo estão aumentando
20 de Dezembro, 2021 | 10:58 AM

Bloomberg Línea — O principal índice da Bolsa brasileira abriu o pregão desta segunda (20) no vermelho, com os temores sobre a variante ômicron do coronavírus voltando a assombrar. O sentimento era de desaceleração nos mercados globais, embora os recuos dos futuros de índices de ações dos Estados Unidos e os rendimentos do Tesouro tenham diminuído depois que a Moderna disse que uma terceira dose de sua vacina contra covid-19 aumentou os níveis de anticorpos contra a variante.

Os riscos de novos lockdowns pelo mundo estão aumentando, com o secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, se recusando a descartar medidas mais fortes antes do Natal e a Holanda determinando no sábado (18) um bloqueio total até pelo menos 14 de janeiro.

PUBLICIDADE
  • Perto das 10h40, o Ibovespa caía 1,60% a 105.488 pontos, em níveis próximos do início do mês e perto da mínima do dia, de 105.112 pontos
    • Usiminas (USIM5), PetroRio (PRIO3) e Localiza (RENT3) eram as maiores contribuições para o recuo do índice, que tinha poucos papéis na ponta oposta
  • O dólar rondava a estabilidade, a R$ 5,711. Os vencimentos de juros operavam mistos, com o DI para janeiro de 2023 recuando de 11,790% para 11,740%, enquanto o vencimento para janeiro de 2027 subia de 10,620% para 10,750%
  • Os futuros dos EUA operavam no vermelho: o do Dow Jones despencava 1,20%, o S&P 500, 1,31% e do Nasdaq, 1,50%

Contexto

A Moderna disse que uma terceira dose de sua vacina contra a Covid-19 aumentou os níveis de anticorpos contra a variante ômicron. Segundo a empresa, os resultados são tranquilizadores, mesmo enquanto trabalha em uma versão específica para a nova cepa.

Os resultados são um bom sinal enquanto farmacêuticas correm para entender como suas vacinas se comportam em relação à nova variante e avaliar se novos imunizantes serão necessários para combatê-la. No início do mês, Pfizer e BioNTech disseram que estudos de laboratório iniciais mostraram que uma terceira dose da vacina desenvolvida pelas empresas pode ser necessária para combater a ômicron, já que observaram uma redução de 25 vezes nos anticorpos neutralizantes contra a variante em pessoas que receberam apenas duas doses.

Ainda assim, os aumentos de casos na Europa e EUA assustavam os investidores com o perigo de medidas mais rígidas com as festas de fim de ano. “O mercado está diminuindo suas expectativas de crescimento devido à ômicron e a menor liquidez conforme o ano está terminando está potencialmente ampliando os movimentos, então temos que ser um pouco cuidadosos para não reagir exageradamente sobre a fraqueza”, disse Peter Garnry, chefe de patrimônio estratégia no Saxo Bank.

-- Com informações de Bloomberg News

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.