Bloomberg Línea — Que tal pagar US$ 32,70 (R$ 185,87) em um quilo de café verde, em grão? Ainda teria que investir algo a mais para torrá-lo e moê-lo. Pois foi esse o valor pago pela saca de 60 quilos no lote vencedor do leilão Cup of Excellence, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
O café campeão foi produzido por Vitor Marcelo de Queiroz Barbosa, na Fazenda Cachoeira, em Carmo do Paranaíba, no Cerrado Mineiro. O pregão eletrônico contabilizou o valor de R$ 11.152,33 (US$ 1.961,71) pela saca de 60 quilos, o maior valor médio da história. No total, o leilão movimentou R$ 2.127.649,91 (US$ 374.256,80), o melhor nível alcançado desde o primeiro evento do Cup of Excellence no Brasil, realizado em 1999.
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“Quando avaliamos as amostras, tivemos uma grande surpresa, já que a safra 2021 foi impactada por adversidades climáticas, como longo período de seca e altas temperaturas. Mas os lotes recebidos entregaram uma qualidade ímpar, reforçando que os cafés do Brasil possuem características que os fazem superar os desafios e se sobressaírem. Não à toa, nosso leilão voltou a bater o recorde do maior preço médio da história”, afirma a diretora da BSCA, Vanusia Nogueira.
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Em termos comparativos, os desempenhos alcançados no leilão são significativamente maiores do que os preços praticados na Bolsa de Nova York, principal referência para comércio de café arábica no mundo. O lance pago pelo campeão, por exemplo, é 2.943% superior ao valor praticado no principal contrato em negociação da bolsa americana. Já o preço médio recorde do leilão, ficou 661% acima do valor de referência da bolsa americana.