Bloomberg — A China reforçou o apoio ao setor imobiliário em crise como forma de evitar que o estresse crescente nesse mercado aprofunde a desaceleração econômica.
Autoridades incentivam bancos a financiar aquisições de projetos de incorporadoras com dificuldades financeiras por empresas com as finanças em ordem, informou o Financial News, apoiado pelo banco central.
A China também busca aumentar a liquidez na economia afetada pelo desaquecimento no setor imobiliário: bancos domésticos reduziram os juros pela primeira vez em 20 meses. A medida segue a decisão adotada pelo Banco Popular da China (PBOC, na sigla em inglês) no início do mês ao reduzir o nível de reservas exigido dos bancos, com a liberação de 1,2 trilhão de yuans (US$ 188 bilhões) em crédito de longo prazo a juros baixos para credores.
Algumas incorporadoras como Kaisa Group e China Evergrande buscam vender ativos para levantar capital em meio ao crescente custo do serviço da dívida e controle da alavancagem do setor pelo governo. Reguladores aliviaram a pressão nas últimas semanas ao incentivar incorporadoras mais fortes a recorrer ao mercado de títulos interbancários onshore para financiamento.
A recomendação é que bancos ajudem incorporadoras de “qualidade” a adquirir projetos de grandes empresas do setor imobiliário em dificuldade, disse o Financial News, que citou um comunicado do banco central e do regulador do setor bancário do país.
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Em um sinal de que a política de financiamento de fusões e aquisições não foi pensada para resgatar incorporadoras endividadas, o Financial News citou uma autoridade regulatória não identificada, segundo a qual a medida se destina apenas à aquisição de projetos imobiliários, e não à compra de empresas inteiras.
“O objetivo desta política é resolver projetos imobiliários de incorporadoras em crise, especialmente aquelas com obras interrompidas”, disse Yan Yuejin, diretor de pesquisa do E-house China Research and Development Institute, com sede em Xangai. “Empréstimos bancários e títulos para tais fusões e aquisições podem crescer muito.”
Na segunda-feira, bancos chineses reduziram a taxa de um ano para empréstimos, considerada a referência de fato para financiamentos, mas mantiveram o taxa básica de cinco anos, usada para o cálculo de hipotecas. A estratégia diferenciada está em linha com a postura de autoridades de que “imóveis são para morar, não para especulação”, disse Li Qilin, economista-chefe da Hongta Securities, em relatório na segunda-feira.
O Financial News também disse que o PBOC e o órgão fiscalizador de ativos estatais do país realizaram uma reunião recentemente com algumas grandes empresas privadas e estatais do setor imobiliário para incentivá-las a adquirir projetos de qualidade de incorporadoras em crise.
O PBOC não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
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