Bloomberg — Uma infecção anterior por Covid-19 fornece pouco escudo contra a variante ômicron, segundo um amplo estudo da equipe de pesquisa do Imperial College London, que destaca a importância das doses de reforço.
Quem já teve Covid provavelmente possui um nível de proteção de apenas 19% contra a ômicron, mostrou o estudo na sexta-feira. O número está aproximadamente em linha com o esquema vacinal de duas doses, cuja eficácia contra a nova cepa foi estimada em 20% pela equipe. Uma dose de reforço aumenta muito o nível de proteção ao prevenir cerca de 55% a 80% dos casos sintomáticos.
A equipe do Imperial College London analisou todos os casos de Covid confirmados por testes de PCR na Inglaterra entre 29 de novembro e 11 de dezembro, um dos exames mais extensos sobre o potencial da ômicron de escapar das defesas. Os resultados reforçam dados preliminares que indicaram a capacidade da variante de contornar a imunidade oferecida por infecção anterior ou vacinação e se espalhar mais rápido do que as cepas anteriores do vírus.
Não houve evidência de casos da ômicron serem menos graves do que os da delta, com base na proporção de pessoas com teste positivo que tiveram sintomas ou foram hospitalizadas, disse a equipe.
Não está claro qual será o nível de gravidade dos contágios pela ômicron. É muito cedo para saber o impacto sobre as hospitalizações no Reino Unido. Na África do Sul, que anunciou a descoberta da variante em 25 de novembro, autoridades disseram na sexta-feira que a taxa de internações parece ser menor do que durante a onda anterior de infecções lideradas pela delta no país.
A Europa se prepara para uma quinta onda de infecções causadas pela ômicron, mesmo com unidades de terapia intensiva em muitas áreas ainda repletas de pacientes com a variante delta. Alguns governos já começaram a impor novas medidas em um esforço para desacelerar a onda impulsionada pela ômicron e ganhar tempo para que as campanhas de reforço sejam aceleradas.
A proporção da ômicron entre todos os casos de Covid provavelmente dobrou a cada dois dias até 11 de dezembro, disse a equipe britânica. A estimativa é que cada pessoa infectada com a variante tenha contagiado mais de três pessoas.
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