Bloomberg Línea — Maior instituição financeira em valor de mercado da América Latina, o Nubank terminou a primeira semana inteira de negociação na Bolsa de Nova York (Nyse) com as ações ainda acima dos US$ 9 do preço do IPO.
Os papéis encerraram a semana negociados nesta sexta a US$ 9,80 cada, com desvalorização de 2% no dia, mais ainda 8,9% acima do valor da oferta inicial de ações na semana passada. Logo depois da estreia, no último dia 9, a ação do Nubank chegou a atingir US$ 12,24, alta de 36% em relação ao IPO.
Nesta semana, que foi marcada por fortes oscilações em Wall Street, o papel do Nubank caiu 17,3% - acima dos ADRs dos pares brasileiros Itaú (-4,6%), Bradesco (-2,2%) e também da ação da XP Inc. (-2,7%) negociada na Nasdaq. No período, o S&P 500 recuou 1,1% e o Nasdaq 100 teve baixa de 3,2%.
Veja também: Nubank paga a bancos menos do que XP para abrir capital nos EUA
Cobertura de analistas
Com menos de duas semanas na bolsa, o Nubank passou a ter cobertura da equipe de analistas do BTG Pactual. No primeiro relatório, feito pela equipe liderada por Eduardo Rosman, a recomendação para as ações foi neutra, com preço alvo para o papel em US$ 10. Na avaliação do BTG, a combinação de um “múltiplo extremamente alto” e um cenário macro ruim “tornam a ação uma aposta muito arriscada”.
O BTG, no entanto, reconhece que o menor custo de aquisição de clientes do Nubank é uma vantagem competitiva importante, enquanto sua grande base de clientes e receita média crescente por usuário podem levar a um “grande salto” no ROE. Os analistas esperam que o Nubank tenha lucro em 2023, mas acrescentam que “é difícil saber exatamente o quão lucrativo pode ser”.
Na semana passada, o Bank of America informou em relatório que o Nubank saiu com prêmio significativo acima dos demais “neobanks”. O BofA calcula que cada cliente do Nubank foi avaliado a US$ 900 com base no preço do IPO, enquanto cada cliente ativo da companhia foi avaliado a US$ 1.200. Outros “neobanks” brasileiros negociados em bolsa como Banco Inter e Banco Pan tem avaliação em média de US$ 300 por cliente e US$ 500 por cliente ativo.
Leia também: