No auge da crise energética, Angra 3 retoma obras

Também no Breakfast: Volatilidade é marca nos mercados, com ressaca pós-decisões de bancos centrais e vencimento de opções nos EUA; Inflação começa a diminuir o ônus da dívida mundial e Lula lidera com 48% das intenções de votos, Bolsonaro tem 22%, diz Datafolha

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Bom dia! Hoje é 17 de dezembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

A Eletronuclear se prepara para retomar as obras de Angra 3 no início de 2022, em meio a uma das maiores crises hídricas vividas pelo país, o que pode colocar a energia nuclear no topo da discussão sobre as fontes energéticas brasileiras.

A expectativa é que a usina da empresa, uma divisão da Eletrobras, entre em operação até o fim de 2026 com capacidade de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, disse o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães. Seria energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período.

  • O investimento necessário para concluir a obra é alto: cerca de R$ 17 bilhões. Ainda assim, Guimarães afirma que nem toda fonte de energia pode ser substituída pela eólica ou solar e a única energia térmica que não gera efeito estufa é a nuclear.
  • “A energia térmica fóssil é muito mais cara,” disse. Segundo ele, hoje o Brasil tem contratado energia de térmicas que chegam a custar mais de R$ 2 mil por megawatt. O preço de referência em Angra 3 é de cerca de R$ 480 o megawatt.

Na trilha dos Mercados

Assentadas as expectativas em torno da política monetária de bancos centrais mundiais, que esta semana deram muito o que falar, hoje o mercado experimentará uma sessão sem grandes referências. Se espera algo de volatilidade, pois é dia de vencimento de opções e futuros sobre índices e ações no mercado dos Estados Unidos, o chamado “quadruple witching”.

Nesta manhã, as bolsas europeias declinavam. Os futuros de índices em Nova York já abriram voláteis e há pouco recuavam. Com a perspectiva de aumento dos juros, os investidores tendem a substituir as ações de tecnologia pelas de setores mais cíclicos. Ontem, por exemplo, depois de um começo muito positivo, o índice Nasdaq recuou 2,47% e o S&P 500 fechou com 0,87% de baixa.

Bancos centrais roubando a cena

Nesta semana, os bancos centrais conseguiram roubar da variante ômicron o posto dos temas mais discutidos pelo mercado. As autoridades monetárias sinalizaram que podem até tolerar o coronavírus, mas a inflação galopante está difícil de tragar.

  • Ontem, o Banco da Inglaterra (BoE) subiu as taxas de juros pela primeira vez em três anos - o primeiro grande banco central a aumentar sua taxa de referência desde o início da pandemia. Com a chegada da variante ômicron, os operadores haviam deixado de lado suas apostas de aumento dos juros pelo BoE para frear a inflação – a mais alta em mais de uma década.
  • Já o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, temporariamente, ampliar a compra mensal de títulos para suavizar a saída da política de estímulo pandêmico. A surpresa foi que, em vez de manter mais flexibilidade com o programa de recompra, o BCE optara por prover liquidez com volumes fixos e redução gradual, política classificada pelo mercado como mais “agressiva”.
  • Banco do Japão mostrou sinais de uma retirada cautelosa de seu programa de estímulo econômico. Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) mostrou que seu novo estilo “hawkish” veio para ficar e sinalizou que, para domar a inflação, está preparado para elevar o custo do dinheiro a um passo mais acelerado em 2022. Hoje, os olhos se voltam à Rússia, que deve subir novamente o preço do dinheiro.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

  • Decisões de bancos centrais: Colômbia, Japão, Rússia
  • Vendas ao varejo (novembro) e GfK confiança do consumidor (dezembro) do Reino Unido, PPI da Alemanha (novembro), Índice de Preços ao Consumidor da zona do euro (novembro)- Rebalanceamento trimestral dos índices S&P e Dow Jones entre em vigor após o fechamento dos mercados
  • Dia do “quadruple witching” no mercado dos EUA, quando as opções e futuros sobre índices e ações expiram

Destaques da Bloomberg Línea

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Opinião Bloomberg

Adeptos a criptomoedas estão fazendo as perguntas erradas

O debate, que já perdura há um tempo, na comunidade das criptomoedas é se o Bitcoin terá um desempenho melhor do que os “altcoins”, geralmente definidos como moedas digitais diferentes do Bitcoin, como Ethereum, Solana, Cardano e Polkadot. Os extremistas do Bitcoin dizem que a única reserva real de valor é o Bitcoin, pois ele é perfeitamente descentralizado e o número de moedas que podem existir é estritamente limitado. Isso é verdade. Mas a verdadeira questão é se os investidores de criptomoedas precisam necessariamente de uma verdadeira reserva de valor ou se há espaço para vários blockchains com funções diferentes.

Pra não ficar de fora

A Warner Music Group concordou em comprar a 300 Entertainment, gravadora independente cujos artistas incluem Megan Thee Stallion, Young Thug e a recente contratada Mary J. Blige.

A 300 foi co-fundada pelos ex-executivos da Warner Lyor Cohen, Kevin Liles e Roger Gold. Ela é mais conhecida por seus artistas de hip-hop. Liles continuará como CEO, presidindo uma coleção de selos da Warner como parte de seu Elektra Music Group, disse a empresa em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (16).

Os termos financeiros não foram divulgados, mas uma pessoa com conhecimento do assunto avalia a transação em cerca de US$ 400 milhões. As músicas detidas pela 300 já foram distribuídas pela unidade Atlantic, da Warner.

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