Mercados externos reagem com alta ao pulso firme do Fed no controle da inflação

Bolsas reagem com otimismo aos sinais de que o Fed está levando a sério a ameaça da escalada dos preços à economia; sobem os futuros de índices em NY e as bolsas europeias

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Barcelona, Espanha — O mercado acionário reage positivamente à guerra declarada pelo Federal Reserve (Fed) contra a inflação. Depois da alta expressiva de ontem, os investidores seguem compradores, induzindo as bolsas europeias e os futuros de índices em Wall Street a novas altas. Os gigantes de tecnologia, entre eles a Apple, ganhavam valor. A curva do rendimento dos títulos do Tesouro também se empinava, numa reação imediata ao posicionamento do Fed. O dólar se depreciava frente ao euro e à libra esterlina.

O presidente do Fed, Jerome Powell, deu uma virada radical no seu discurso, agora muito mais enérgico e contundente quando o assunto é inflação. Antes vista como “transitória”, agora Powell afirma que a inflação não só continuará subindo acima da meta de 2% para 2022, como está mais ampla e pode representar a maior ameaça ao pleno emprego. Com isso, o banco central norte-americano decidiu dobrar a velocidade do fim do programa de recompra de ativos, criado para estimular a economia. Desta vez os juros foram mantidos, mas o Fed sinalizou sua propensão a elevar o custo do dinheiro a um passo mais acelerado em 2022.

O dirigente também disse que o Fed está preparado para subir juros se necessário e que não prevê uma longa espera entre tapering e alta de juros. Com relação à ômicron, ele confia que a economia pode lidar com esta variante.

Ontem, as bolsas reagiram com valorização aos sinais mão firme do presidente do Fed para controlar a inflação - evidenciados pelo tom mais agressivo, “hawkish”, do presidente do Fed. Mais clareza sobre os próximos passos do Fed também reforça a confiança dos investidores. O S&P 500 subiu 1,63%, quase apagando a perda das duas sessões anteriores e marcando o melhor dia de decisão do Fed em 13 meses. O Nasdaq avançou 2,15%.

🏦 O noticiário sobre política monetária não se esgota com a decisão do Fed. Hoje, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) indicarão ao mercado como manejarão o binômio “escalada inflacionária x atividade econômica”. Amanhã é a vez do Banco do Japão (BoJ).

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Na agenda

  • Decisão sobre a taxa do BOE
  • Decisão sobre a taxa do BCE
  • Pedidos de seguro-desemprego iniciais, produção industrial dos EUA
  • Decisão de política monetária do BOJ, sexta-feira (17)
  • Rebalanceamento trimestral dos índices S&P e Dow Jones entre em vigor após o fechamento dos mercados, sexta-feira (17)
  • Dia do “quadruple witching” no mercado dos EUA, quando as opções e futuros sobre índices e ações expiram, sexta-feira (17)

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-- Com informações de Bloomberg News