Indústria de aves e suínos fecha 2021 com saldo positivo

Em ano de aumento de custos, repasses de preços e ameaça ao consumo, resultados do setor foram considerados bastante favoráveis

Exportação brasileira de carne suína deve encerrar o ano com crescimento de 10%
16 de Dezembro, 2021 | 03:08 PM

Bloomberg Línea — O ano começou com a ameaça de falta de milho, preços do cereal em ascensão, outros custos em trajetória e alta. Tudo isso inserido em um cenário de consumo em xeque diante da queda do poder de renda dos brasileiros e um mercado externo ainda tateando qual seria a efetiva tendência para o ano. Faltando duas semanas para o fim de 2021, os resultados consolidados do setor se mostram positivos.

Para a carne suína, o mercado externo foi o grande destaque do ano. As vendas externas devem chegar a 1,13 milhões de toneladas, o que representará um crescimento de 10,5% em comparação ao resultado do ano passado. A China permanecerá como o principal destino. Mesmo com a queda nas importações de carne suína do Brasil nos últimos dois meses, o país asiático tende a retomar suas compras a partir do segundo trimestre de 2022. “A China teve uma sobreoferta de carne suína, mas isso deve cair no começo do próximo ano”, afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

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As vendas de carne suína no mercado interno vão fechar o ano com um crescimento de 5% sobre o ano passado. A expectativa é que 3,58 milhões de toneladas sejam consumidas no mercado doméstico, o que fará o consumo per capita chegar a 16,8 quilos em 2021, mesmo com o aumento dos preços aos consumidores.

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“Os preços subiram não por uma falta de abastecimento no mercado interno, mas sim, por um crescimento generalizado dos custos”, afirma Santin. De fato, a produção brasileira de carne suína deve alcançar neste ano 4,7 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 6% sobre as 4,43 milhões de toneladas produzidas no ano passado.

No segmento de frango a situação é semelhante. Segundo maior produtor do mundo e maior exportador, o Brasil vai encerrar o ano com uma oferta total de 14,35 milhões de toneladas, vendas externas de 4,58 milhões e vendas domésticas de 9,82 milhões de toneladas. Respectivamente, os resultados de 2021 representam um crescimento de 3,5%, 8% e 2%. “Houve uma substituição de proteínas neste ano e isso deve se consolidar como hábito em 2021″, afirma Santin.

Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.