Bom dia! Hoje é 16 de dezembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia
Seis grupos varejistas europeus, incluindo o Sainsbury’s, no Reino Unido, e o Carrefour, na Bélgica, vão suspender a compra de carne bovina brasileira ou de derivados de carne relacionados à JBS em razão de novas descobertas que associam a criação de gado ao desmatamento na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal.
- As revelações são do Repórter Brasil, um grupo independente de pesquisa centrado em temas ambientais e trabalhistas, em parceria com a Mighty Earth, uma organização não governamental com sede em Washington e com foco ambiental. Eles rastrearam o caminho da carne desde a criação em áreas desmatadas até o varejo na Europa, sendo vendida em cortes premium, jerked beef (uma espécie de carne seca) e carne enlatada, segundo informaram as organizações em um comunicado.
- As transgressões seriam relacionadas a fornecedores indiretos de gado, os fazendeiros que criam os animais para vendê-los a outros produtores, que os comercializam então para abatedouros. Irregularidades relacionadas a desmatamento ilegal foram descobertas em fornecedores indiretos da JBS SA, maior exportadora de carne bovina do mundo, Marfrig Global Foods SA, a segunda maior, e Minerva SA, líder em exportações na América do Sul, de acordo com o relatório.
- Algumas redes, como a Sainsbury’s U.K. decidiram suspender as compras de carne enlatada de todo o país, enquanto outros, incluindo o Carrefour e Delhaize, na Bélgica, vão retirar o jerked beef da Jack Link’s de suas prateleiras. A Jack Link’s tem uma joint venture com a JBS para produção de jerked beef para exportações para Europa e EUA.
🤝 Já que o assunto é carne, a China restabeleceu ontem as importações de carne bovina do Brasil, depois de 103 dias de embargo em decorrência de dois casos atípicos de “vaca louca” no país. Até setembro, a China era o maior destino das exportações de carne bovina do Brasil, representando 50% de tudo o que o país embarcava.
Na trilha dos Mercados
A guerra contra a inflação foi declarada pelo Federal Reserve (Fed). O banco central norte-americano decidiu dobrar a velocidade do fim do programa de recompra de ativos, criado para estimular a economia. Desta vez os juros foram mantidos, mas o Fed sinalizou sua propensão a elevar o custo do dinheiro a um passo mais acelerado em 2022.
O presidente do Fed, Jerome Powell, deu uma virada radical no seu discurso, agora muito mais enérgico e contundente quando o assunto é inflação. Antes vista como “transitória”, agora Powell afirma que a inflação não só continuará subindo acima da meta de 2% para 2022, como está mais ampla e pode representar a maior ameaça ao pleno emprego.
O dirigente também disse que o Fed está preparado para subir juros se necessário e que não prevê uma longa espera entre tapering e alta de juros. Com relação à ômicron, ele confia que a economia pode lidar com esta variante.
Ontem, as bolsas reagiram com forte alta à sinalização de mão firme do presidente do Fed para controlar a inflação. O S&P 500 subiu 1,63%, quase apagando a perda das duas sessões anteriores e marcando o melhor dia de decisão do Fed em 13 meses. O Nasdaq avançou 2,15%.
Hoje o mercado acionário segue comprador: sobem as bolsas europeias e os futuros de índices em Wall Street.
🏦 O noticiário sobre política monetária não se esgota com a decisão do Fed. Hoje, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) indicarão ao mercado como manejarão o binômio “escalada inflacionária x atividade econômica”. Amanhã é a vez do Banco do Japão (BoJ).
Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
- Decisão sobre a taxa do BOE
- Decisão sobre a taxa do BCE
- Pedidos de seguro-desemprego iniciais, produção industrial dos EUA
- Decisão de política monetária do BOJ, sexta-feira (17)
- Rebalanceamento trimestral dos índices S&P e Dow Jones entre em vigor após o fechamento dos mercados, sexta-feira (17)
- Dia do “quadruple witching” no mercado dos EUA, quando as opções e futuros sobre índices e ações expiram, sexta-feira (17)
Destaques da Bloomberg Línea
- Por que todo dia, às 15h, a negociação de títulos dos EUA dispara?
- Colapso do império de Eike abre caminho para Mubadala no Brasil
- Guedes reclama de estimativas pessimistas e dispensa missão do FMI
- Doria aposta na economia para ganhar espaço na corrida eleitoral
Também é importante
- A Oppo apresentou um smartphone dobrável cerca de US$ 500 mais barato que o Galaxy Fold, da Samsung, lançando sua primeira tentativa de garantir um lugar ao sol nessa categoria nascente de aparelhos.
- O Citigroup nomeou 18 mulheres para o cargo de diretor-executivo na Ásia, um número recorde para a região. Elas representaram 35% dos 52 diretores-gerentes promovidos para 2022, segundo nota enviada pelo CEO do banco na região, Peter Babej. Um porta-voz de Hong Kong confirmou o conteúdo do memorando.
- O Nubank, banco digital brasileiro que fez uma das ofertas públicas iniciais de ações mais quentes de 2021, pagou aos bancos coordenadores uma das menores comissões do ano. Goldman Sachs, Morgan Stanley, Citigroup e o restante dos líderes do IPO do Nubank dividiram 1,6% dos US$ 2,6 bilhões levantados. Entre 490 IPOs nos EUA até agora neste ano, apenas três pagaram um percentual menor, conforme a Bloomberg.
Opinião Bloomberg
Quem é mais prejudicado pela inflação, os pobres ou os ricos?
Com a inflação subindo mais rápido do que em qualquer outro momento nas últimas quatro décadas, os economistas estão discutindo sobre qual grupo sofre mais com a inflação, os pobres ou os ricos. Esse tipo de pergunta que abrange toda a economia não é fácil de responder, especialmente quando as taxas de inflação têm sido tão baixas nos últimos tempos e os dados concretos são escassos. Nem é óbvio como se pode comparar de forma precisa as perdas dos pobres com as perdas dos grupos mais ricos. No entanto, os argumentos sugerem que os pobres provavelmente serão o elo mais fraco da corrente.
Pra não ficar de fora
O Grupo Taunsa é o mais novo parceiro comercial do Corinthians e determinante para viabilizar o retorno do meia Paulinho ao futebol brasileiro. O valor da parceria anunciada hoje e que vai até dezembro de 2023, bem como sua efetiva participação na contratação, pagamento de salário e outros rendimentos ao volante de 33 anos não foram divulgados, mas tudo indica que as apostas no futebol não irão parar por aí. O acordo prevê ações e investimentos conjuntos para impulsionar o agronegócio brasileiro e o futebol do Corinthians.
Com atuação no agronegócio e sede em Campinas, a Taunsa não está se posicionando como um patrocinador do Corinthians, mas sim, um parceiro comercial. Ainda não está claro se a empresa estampará sua marca na camisa, mas tudo indica que o acordo envolva a exposição em plataformas digitais e também em placas publicitárias no estádio.