Bloomberg — O surpreendente aumento da taxa de juros pelo Banco da Inglaterra reforçou a expectativa de operadores e economistas de um ciclo de aperto monetário mais acelerado no ano que vem.
Os mercados monetários estão a seis pontos-base de estimar um aumento de 0,25 ponto percentual, para 0,5%, na reunião do BOE de fevereiro, um nível que poderia abrir caminho para o banco central começar a permitir que títulos em seu balanço vençam sem reinvestir os recursos.
A decisão do BOE ocorre quando o Comitê de Política Monetária (CPM) enfrenta a dupla ameaça da variante ômicron, que pode levar a novas restrições, e da inflação mais rápida em mais de uma década. Economistas da Nomura e Berenberg estavam entre a minoria entre analistas que esperavam uma alta de 15 pontos-base nesta quinta-feira, e projetam um aumento ainda maior em fevereiro.
“A decisão 50/50 do CPM hoje caiu do lado do combate à inflação, em oposição ao temor da ômicron”, disse Craig Inches, chefe de juros e caixa da Royal London Asset Management. “O CPM será cauteloso em sua abordagem para aumentos dos juros em 2022, no entanto, um movimento para 0,5% é provável em fevereiro.”
A libra chegou a subir 0,8%, para US$ 1,3374, a maior cotação em três semanas. Os rendimentos dos gilts, títulos do Tesouro britânico, subiram, liderados por um avanço de 10 pontos-base nas taxas de 30 anos.
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“Adiar a alta em meio a incertezas elevadas, como muitos especialistas esperavam, teria sido compreensível”, disse Holger Schmieding, economista da Berenberg. “Mas realmente não faria sentido. As pressões sobre a inflação são altas e devem permanecer assim no Reino Unido.”
Um aumento para 0,5% em fevereiro é visto como o limiar. Depois disso, o BOE poderia permitir que títulos a vencer em seu programa de compras de ativos de 875 bilhões de libras (US$ 1,2 trilhão) saiam do portfólio sem serem substituídos. Portanto, poderia determinar se o banco central vai reinvestir 28 bilhões de libras em recursos de títulos com vencimento em março.
Além das expectativas para fevereiro, traders também projetam a taxa básica do banco central em 1% já em agosto, em vez da previsão anterior em novembro. O BOE já havia indicado que consideraria a venda de títulos que possui diretamente assim que os juros atingirem esse nível.
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