Variante ômicron gera controvérsia entre analistas de petróleo

As diferentes agências estão tentando compreender o impacto da última cepa de coronavírus na demanda por petróleo no primeiro trimestre de 2022

Analistas se dividem sobre o efeito da nova variante na demanda por petróleo
Por Julian Lee
15 de Dezembro, 2021 | 07:41 PM

Bloomberg — Os analistas do petróleo se dividiram nas opiniões sobre a demanda nos próximos meses, à medida que a variante ômicron da Covid-19 se espalha rapidamente pelo mundo. E foram os produtores que surgiram como os surpreendentes otimistas na última rodada de estimativas.

A Agência Internacional de Energia (IEA), a Administração de Informações de Energia (EIA) dos Estados Unidos e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo atualizaram suas previsões do mercado de petróleo para o período até o final do próximo ano. Cada um está tentando compreender o impacto da última cepa de coronavírus, identificada apenas no final de novembro e que já responde por 20% dos casos confirmados na Inglaterra.

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Uma mudança se destaca: sua visão da demanda por petróleo no primeiro trimestre de 2022.

Embora o número crescente de casos e as restrições a viagens internacionais tenham levado a IEA e a EIA a reduzir suas estimativas de consumo até março, a OPEP está indo por um caminho muito diferente. Sua previsão para o trimestre atual permanece inalterada em relação à publicada há um mês, enquanto sua previsão para o início de 2022 foi revisada para cima em 1,1 milhão de barris por dia.

A OPEP coloca sua perspectiva mais otimista na suposição de que o impacto da variante ômicron na demanda de petróleo será “brando e de curta duração, à medida que o mundo se torna mais bem equipado para gerenciar a Covid-19 e os desafios relacionados à doença”.

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O grupo de produtores vê o crescimento da demanda sustentado por “uma perspectiva econômica estável nas economias avançadas e emergentes, apesar da inflação atual e dos gargalos da cadeia de abastecimento, de questões comerciais e seu impacto sobre as necessidades de combustível industrial e para o transporte“.

Embora o salto na previsão da OPEP quanto ao nível de demanda global de petróleo no primeiro trimestre do próximo ano seja grande, ele é realmente impulsionado pelas mudanças feitas na avaliação do grupo sobre o nível de demanda um ano antes, nos primeiros três meses de 2021.

As revisões desses números para cima - impulsionadas por aumentos nas estimativas de consumo na China e de outros países asiáticos não pertencentes à OCDE, excluindo a Índia - combinadas com níveis estáveis de crescimento ano a ano - resultam no salto observado na demanda no início do próximo ano.

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Com 5,3 milhões de barris por dia, a visão da OPEP de crescimento da demanda global de petróleo no primeiro trimestre de 2022 está agora muito perto dos 5,34 milhões de barris previstos pela EIA. Enquanto a agência com sede nos Estados Unidos reduziu sua previsão de demanda para o mesmo período em 550.000 barris por dia, ela também reduziu ainda mais sua estimativa para o primeiro trimestre deste ano, para 700.000. Como resultado, sua previsão de crescimento anual da demanda ao longo dos três meses a partir de janeiro, na verdade, aumentou.

A Agência Internacional de Energia é a única a reduzir suas perspectivas tanto para o nível de demanda no primeiro trimestre de 2022 quanto para o crescimento anual. Cortou sua previsão de demanda total de petróleo nos primeiros três meses do próximo ano em 630.000 barris por dia, que se resume praticamente a querosene/combustível de aviação, com um corte de quase 600.000 barris, como resposta a “novos cronogramas de voos revisados e cancelamentos de reserva. "

Essa visão pode começar a parecer excessivamente pessimista à luz da decisão de terça-feira (14), do governo do Reino Unido, de suspender a exigência de quarentena para viajantes que chegam de 11 países da África Austral, que agora considera ineficaz para impedir a propagação da variante ômicron. Essa mudança pode resultar em uma retomada nas atividades aéreas durante o período de férias.

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