Miami — O GuruHotel saiu do Y Combinator logo que a pandemia começou. A startup fez parte do primeiro lote que ocorreu virtualmente. E embora seus criadores acreditassem que entrar no YC os ajudaria a obter financiamento (geralmente é o que acontece), a startup de hotelaria e turismo foi pega de calças curtas pela pandemia e pelas políticas rígidas de proibição de viagens adotadas em todo o mundo.
“Estivemos perto de morrer duas vezes, foi uma loucura”, disse Josué Gio, cofundador e CEO do GuruHotel.
Mas a empresa sobreviveu e cresceu rapidamente – e está anunciando a conclusão de uma rodada de financiamento de US$ 2,1 milhões com participação do Anthemis Group, Magic Fund, 500 Startups, Shruti Challa e outros.
“Quando terminamos o YC, os investidores disseram: ‘Nem pensar. Viajar será uma loucura nos próximos cinco anos’. Mas agora mudou muito”, disse.
O Guru tem a missão de se tornar o Shopify de sites de hotéis, com a promessa de que, com um site mais bonito e funcional, os hotéis possam aumentar suas reservas diretas e ficar com mais dinheiro. O Guru permite que os hotéis se cadastrem, obtenham um site e comecem a receber reservas em uma hora, disse a empresa em comunicado.
“Quase 80% das reservas online vêm do Bookings.com e do Expedia.com, e eles cobram de 15% a 40% em comissões desses hotéis”, disse Gio.
O Guru, por outro lado, não cobra nenhuma taxa inicial e nenhum fee mensal de SaaS; em vez disso, cobra apenas 5% de cada reserva. “Com um modelo SaaS, a empresa não se preocupa com as conversões porque não é assim que eles ganham dinheiro, mas nós só ganhamos quando eles ganham”, afirmou Gio.
A chave para esta empresa funcionar é a suposição de que os hotéis podem direcionar tráfego suficiente para seu próprio site, e Gio disse que isso não é um problema para eles. Ele explicou o conceito do chamado billboard effect, que significa que as pessoas aprendem sobre um hotel em outro lugar – como no Expedia – mas depois visitam o site desse hotel.
“Temos dados que mostram que as pessoas pesquisam hotéis em agências on-line e depois recorrem ao Google e desejam reservar direto com o hotel porque acreditam que podem conseguir um preço melhor, outras ofertas e comodidades, e é nisso que os viajantes estão interessados”, disse Gio.
“Se você vir um site que não está atualizado, você imediatamente não confia naquele hotel”, acrescentou.
A empresa foi lançada no México em julho de 2019 e, bem, os primeiros anos foram muito difíceis. A startup conseguiu levantar uma rodada pré-semente de US$ 550 mil, que a manteve funcionando. A empresa atualmente tem 38 funcionários e é utilizada por cerca de 150 hotéis no México e no Caribe.
Seu GBV (valor contábil bruto, em inglês) passou de US$ 400 mil em 2020 para US$ 2,5 milhões em 2021 (e o ano ainda nem acabou).
“Alguns dos hotéis do Guru começaram com 5% de reservas diretas e agora têm 40%”, disse Gio.
A empresa planeja usar os recursos da rodada para aumentar sua equipe de produtos e aquisições. No futuro, ela quer ter maior participação no que diz respeito a reservas de hotéis.
“No futuro, queremos construir uma experiência completa desde a reserva até o check-in, durante a estadia, no check-out ou quando estiver pronto para compartilhar sua experiência naquele hotel com seus amigos”, afirmou Gio.
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