Bloomberg — Caminhões na Alemanha podem em breve começar a rodar com combustível feito em parte de estrume em uma das maiores refinarias de petróleo da Europa.
A Royal Dutch Shell tem como objetivo produzir gás natural liquefeito com biocomponente para uso em veículos pesados em cerca de dois anos. Os caminhões que usam o combustível podem viajar 1.500 quilômetros sem reabastecer, segundo a Shell, que fará o novo produto em Rheinland, o maior complexo de processamento de petróleo da Alemanha.
A mudança da Shell está entre as iniciativas destinadas a reduzir as emissões de carbono na unidade de Rheinland, que inclui a planta de Godorf, onde o GNL “neutro em carbono” será feito. A instalação irmã, de Wesseling, foi a primeira refinaria europeia a iniciar a produção de hidrogênio verde no ano passado, embora em pequena escala. A Shell planeja interromper o processamento de petróleo em Wesseling a partir de 2025.
“O GNL tem um dos processos com maior consumo de energia no setor de petróleo e gás”, disse Seyhan Turan, diretor da Altass Consulting, cujos clientes incluem a Comissão Europeia e o Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial. “O GNL biometano é perfeito para veículos pesados e de transporte marítimo.”
O biometano pode ser feito a partir de resíduos de alimentos ou de outras matérias orgânicas. A Shell disse que usará estrume de vacas que, de outra forma, liberaria metano se deixado para apodrecer.
A ideia da Shell é misturá-lo com combustível feito de gás natural, resultando em um produto neutro em carbono. A empresa também está pensando em comprar ou construir usinas de biometano. A Chevron anunciou planos para construir fábricas semelhantes com um parceiro no início deste ano.
O processo de fabricação de biometano também costuma render carbono, que pode ser vendido a clientes industriais, de acordo com Turan. A Shell não respondeu a um e-mail perguntando se era esse o caso.
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