Bloomberg Línea — Maior e mais antiga fintech brasileira de crédito online, a Open Co recebeu um aporte de R$ 600 milhões liderado pelo SoftBank Latin America Fund, que teve a participação de Raiz Investimentos, IFC e LTS, informou a empresa. O investimento é uma das transações mais importantes do ano envolvendo fintechs de serviços financeiros ao consumidor final no país.
A Open Co é resultado da fusão neste ano da Geru, pioneira no crédito online no país, com a Rebel, que trouxe para o negócio a expertise de análise de crédito com base em inteligência artificial. A fintech recebeu em março um aporte de R$ 150 milhões em sua rodada série C liderada pelo IFC e Goldman Sachs. Entre os acionistas, estão também Monashees, Chromo e Sampa.
Os recursos serão utilizados para expandir os negócios, incluindo investimento em tecnologia, produto e contratações. A Open Co afirma que já emprestou mais de R$ 2,3 bilhões a taxas que começam em 1,9% ao mês. Entre os parceiros, estão a Ame, carteira digital da Americanas, e Voltz, conta digital da Energisa.
A fintech tem foco em pessoas com dificuldade de acesso ao crédito, que agora fica mais caro e escasso com o aumento de juros e a desaceleração da economia no Brasil.
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Segundo a Open Co, o chamado mercado de crédito sem garantias movimenta hoje R$ 1,1 trilhão ao ano, dos quais mais de R$ 700 bilhões correspondem a créditos rotativos - como cheque especial e rotativo do cartão -, que são as modalidades mais caras e com taxas que passam 300% ao ano. No país, 62 milhões de pessoas têm restrições por pendências no crédito.
“Com as taxas de juros nos patamares que vemos aqui, cresce a inadimplência. Com o crescimento da inadimplência, os juros aumentam ainda mais. É um ciclo vicioso que queremos quebrar”, diz Sandro Reiss, cofundador da Open Co.
Para Rafael Pereira, também cofundador da Open Co, os recursos permitirão à empresa seguir oferecendo empréstimos com “taxas justas” e de forma conveniente para os clientes. “Iremos expandir, por exemplo, nosso modelo de parcerias para financiar consumo no modelo ‘buy now pay later’.”, disse.
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