Ômicron infecta 70 vezes mais rápido, mas é menos grave

Velocidade de propagação da ômicron nos brônquios foi identificada 24 horas após a infecção, segundo a universidade de Hong Kong

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Por Chris Kay
15 de Dezembro, 2021 | 11:25 AM

Bloomberg — A variante ômicron infecta cerca de 70 vezes mais rápido do que a delta e a cepa original da Covid-19, embora a gravidade da doença seja provavelmente muito menor, de acordo com estudo da Universidade de Hong Kong que reforça observações iniciais de médicos sul-africanos.

A velocidade de propagação da ômicron nos brônquios foi identificada 24 horas após a infecção, segundo comunicado da universidade na quarta-feira. O estudo, conduzido por uma equipe de pesquisadores liderada por Michael Chan Chi-wai, revelou que a mais nova variante de preocupação se replicou com menos eficiência - um crescimento mais de 10 vezes menor - no tecido pulmonar do que a cepa original, o que pode sinalizar “menor gravidade da doença”.

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Os dados sugerem que a ômicron é transmitida em maior velocidade de uma pessoa para outra, mas não danifica os tecidos pulmonares tanto quanto as cepas anteriores. O estudo está sob revisão por pares para publicação em uma revista científica. A Bloomberg não teve acesso ao estudo completo.

Cientistas correm para determinar o nível de transmissão, virulência e evasão da ômicron, que já viajou para pelo menos 77 países em três semanas após ser detectada pela primeira vez no sul da África. A nova pesquisa de Hong Kong pode corroborar descrições de alguns médicos de que a maioria dos casos até agora foram em sua maioria leves e não levaram a internações.

Muitos pesquisadores agora observam se a variante do coronavírus, que possui mais mutações, irá se sobrepor a outras cepas e abrir caminho para que a pandemia lentamente se transforme em endemia, onde os países aprendem a conviver com o patógeno.

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Veja mais: Estudos mostram baixa proteção de Coronavac contra ômicron

Cautela com a ômicron

As primeiras observações mostraram que a maioria dos pacientes não precisa de oxigênio ou tratamento intensivo para a doença, mas muitos especialistas e órgãos de saúde pública, incluindo a Organização Mundial da Saúde, pedem cautela. Muitos casos de contágio de pessoas imunizadas e reinfecção foram identificados juntamente com a infecção de jovens sem fatores de risco significativos.

Países reagiram com urgência e cautela ao impor barreiras para viagens em meio ao temor generalizado de que a ômicron possa levar a uma onda de Covid e sobrecarregar hospitais.

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Mesmo se ficar comprovado que a ômicron é menos grave, sua rápida propagação pode desafiar hospitais ao redor do mundo. O estudo da universidade de Hong Kong também adverte contra minimizar o impacto da nova cepa.

“Ao infectar muito mais pessoas, um vírus muito infeccioso pode causar doenças mais graves e morte, embora o próprio vírus possa ser menos patogênico”, disse Chan, o principal autor do estudo, em comunicado. Como a nova cepa pode escapar parcialmente da imunidade de vacinas e infecções anteriores, “a ameaça geral da variante ômicron é provavelmente muito significativa”.

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