Barcelona, Espanha — O banco central norte-americano é a chave do dia no mercado financeiro. Hoje, o Federal Reserve (Fed) dará seu veredicto sobre como dará continuidade ao seu programa compras de ativos, instaurado para estimular a economia na era da pandemia.
A expectativa é de que o Fed deixe de prover liquidez ao mercado a um passo mais acelerado, o que poderia abrir caminho a uma alta dos juros.
Somada à espera pela decisão do Fed, outros importantes bancos centrais se reúnem esta semana - Banco Central Europeu (BCE), Banco do Japão (BoJ) e Banco da Inglaterra (BoE), que juntos são responsáveis pela política monetária de quase metade da economia mundial, engordam a lista. Serão oito bancos centrais do G20 com uma difícil missão: encontrar a fórmula para domar o galope dos preços sem prejudicar o andamento da atividade econômica.
A volatilidade impera no mercado acionário. Instantes atrás, as bolsas europeias operavam com diferentes direções. O Stoxx 600 subia, mas o temor com relação aos contágios pela ômicron continua pressionando o londrino FTSE. Em Wall Street, os futuros de índices abriram em alta e agora cambaleiam entre altas e baixas.
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Remédio amargo
As medidas a serem anunciadas pelo Fed seriam parte do tratamento para a escalada inflacionária, que nos EUA alcançou 6,8% em novembro, no seu maior nível desde 1982. Mas com um gosto amargo para a economia, cuja recuperação agora é ameaçada pela variante ômicron do coronavírus.
Ontem, a divulgação do índice de preços ao produtor dos EUA (PPI, na sigla em inglês), lançou mais lenha à fogueira de preocupações com a inflação. O índice subiu 9,6% em relação ao ano anterior, contra estimativas de 9,2% dos analistas.
Enquanto isso, as novas projeções do BCE mostram inflação abaixo da meta de 2% tanto em 2023 quanto em 2024, de acordo com funcionários familiarizados com o assunto, dando munições à Presidente Christine Lagarde para argumentar contra um rápido aumento nas taxas de juros.
O petróleo cedia pelo um terceiro dia, repercutindo a incerteza em torno do impacto das restrições à mobilidade para combater a propagação da ômicron. Também afetaram os negócios as perspectivas para a demanda na China, que diminuíram, e o comentário da Agência Internacional de Energia de que o mercado global voltava a ser superavitário.
Na agenda
- Decisão da taxa do Fed, hoje
- Estoques de negócios dos EUA, vendas no varejo, manufatura, hoje
- China divulga produção industrial de novembro, dados de vendas no varejo, hoje
- Decisão sobre a taxa do BOE, amanhã (16)
- Decisão sobre a taxa do BCE, amanhã (16)
- Pedidos de seguro-desemprego iniciais, produção industrial dos EUA, amanhã (16)
- Decisão de política monetária do BOJ, sexta-feira (17)
- Rebalanceamento trimestral dos índices S&P e Dow Jones entre em vigor após o fechamento dos mercados, sexta-feira (17)
- Dia do “quadruple witching” no mercado dos EUA, quando as opções e futuros sobre índices e ações expiram, sexta-feira (17)
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-- Com informações de Bloomberg News