Batalha do Fed contra inflação traz nova era para renda fixa

Última reunião do Fed do ano nesta quarta-feira pode abrir caminho para um período mais sustentado de turbulência

Jerome Powell
Por Michael MacKenzie e Liz McCormick
15 de Dezembro, 2021 | 03:17 PM

Bloomberg — A taxa de inflação mais rápida em quatro décadas nos Estados Unidos deu início a uma era mais volátil no mercado de renda fixa, o que aumenta a demanda de investidores por hedges para proteger portfólios.

Ondas de volatilidade costumam atingir os títulos do Tesouro dos EUA quando medidas de aperto monetário pairam sobre o mercado. Esse movimento já foi iniciado depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que retirou a palavra “transitória” da descrição da inflação. Isso contribuiu para levar o índice de oscilações esperadas nos Treasuries para uma máxima de 20 meses.

A última reunião do Fed do ano nesta quarta-feira pode abrir caminho para um período mais sustentado de turbulência, caso as autoridades indiquem que um ciclo de aperto monetário mais rápido e mais longo será necessário para domar os preços ao consumidor.

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“As reuniões do Fed vão ser divertidas novamente a partir desta semana”, disse Kevin Flanagan, chefe de estratégia de renda fixa da WisdomTree Investments. “Eles colocaram um ritmo cada vez mais rápido para o ‘tapering’ na mesa, e a questão para o ano que vem é o que mais está por vir”, disse em referência ao processo de retirada do estímulo.

Como resultado, muitos gestores de fundos se preparam para o fim do que foi uma era tranquila em termos de oscilações do mercado de títulos, excluindo o drama no início da pandemia em 2020. Os gestores fazem hedges das carteiras na forma de notas do Tesouro com taxas flutuantes, Treasuries protegidos contra a inflação e opções baratas. Para complicar, os riscos são de mão dupla: a volatilidade pode facilmente se espalhar do mercado de títulos para as ações e outras classes de ativos, apertando as condições financeiras e fazendo com que o Fed mude de ideia.

O risco de um aperto mais agressivo já abalou as negociações no mercado de Treasuries, que movimenta US$ 22 trilhões. O índice MOVE, um indicador observado de perto para monitorar a volatilidade esperada dos Treasuries, atingiu o maior nível em 20 meses, de quase 90 no fim de novembro, e atualmente está em cerca de 79 (bem acima da média de 65 na última década).

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