Starbucks cria ‘tolerância zero’ para alimento vencido na China

Empresa prometeu inspeção completa dos padrões de segurança alimentar nas unidades no país

Starbucks prometeu inspeção completa dos padrões de segurança alimentar
Por Bloomberg News
14 de Dezembro, 2021 | 06:34 PM

Bloomberg — A gigante do café Starbucks ordenou uma inspeção completa em todas as filiais na China depois que repórteres disfarçados descobriram funcionários em dois de seus estabelecimentos usando ingredientes vencidos.

A rede de café se comprometeu a implementar uma política de tolerância zero no que se refere à segurança alimentar depois que o Beijing News, veículo de notícias apoiado pelo estado, informou que dois estabelecimentos na cidade de Wuxi violaram os padrões. Em uma filmagem divulgada na segunda-feira (13), a equipe foi vista removendo um adesivo com a data de validade de uma garrafa de calda de chocolate e substituindo-o por um novo impresso com uma data posterior. Em outra loja, foram encontrados doces e nibs de cacau vencidos à venda.

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“Pedimos desculpas profundas e vamos melhorar ativamente as práticas. Vamos cooperar de perto com a investigação e solicitar monitoramento contínuo do público e da mídia “, disse a Starbucks China, em sua conta no Weibo, na noite de segunda-feira (13).

A empresa reconheceu que os funcionários violaram os regulamentos operacionais do país e prometeu lançar uma inspeção completa dos padrões de segurança alimentar em todos os 5.400 pontos de venda na China continental.

O assunto viralizou rapidamente no Weibo, acumulando 270 milhões de visualizações na manhã de terça-feira (14), gerando raiva entre muitos clientes. “Por favor, sirva café com a qualidade que vale o preço de 30-40 yuans (US$ 4,70 - $ 6,30)”, dizia um comentário.

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As marcas estrangeiras costumam receber críticas e ser alvo de boicote na China, onde o nacionalismo do consumidor está em ascensão, incentivado pelo governo do presidente Xi Jinping. No início deste mês, a Canada Goose viu suas ações caírem 14% em três dias, após ser criticada pela mídia estatal por dar um reembolso a um cliente insatisfeito. Em um caso mais sério, a receita da rede de moda sueca H&M caiu depois de ser bloqueada em plataformas de comércio eletrônico por sua postura de não usar algodão proveniente de Xinjiang, a província ocidental onde a China é acusada de violações dos direitos humanos.

A China é um dos mercados mais importantes para o crescimento da Starbucks, sediada em Seattle, junto com os Estados Unidos. As vendas nas unidades chinesas da rede de café têm sido voláteis em meio ao ressurgimento da Covid-19 e às restrições intermitentes. Ainda assim, o CEO, Kevin Johnson, disse que o compromisso de longo prazo e a confiança da empresa para o crescimento na China são inabaláveis.

- Com a colaboração de Leslie Patton.

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