Os maiores riscos econômicos para 2022

Também no Breakfast: bolsas europeias e futuros de índices em NY operam em alta, mas operadores vigilam ômicron e bancos centrais; JBS paga mais de US$ 90 mi por empresa italiana e Simpar, dona da Movida, vai investir até R$ 12 bi em 2022

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Bom dia! Hoje é 14 de dezembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

Os anos de Covid estão repletos de previsões que não deram certo. Para quem está olhando para 2022, isso deve ser o suficiente para uma reflexão.

A maioria dos analistas, incluindo a Bloomberg Economics, tem como cenário base uma recuperação robusta com arrefecimento dos preços e uma mudança de configurações de política monetária de emergência. O que poderia dar errado? Muita coisa.

Ômicron, inflação persistente, decolagem do Fed, Evergrande na China, Taiwan, corrida de mercados emergentes, Brexit difícil, nova crise do euro - tudo isso aparece em uma lista de riscos. Confira alguns deles:

  • Ômicron e mais bloqueios: É cedo para um veredicto definitivo sobre a variante ômicron da Covid-19. Aparentemente mais contagiosa do que suas antecessoras, pode ser menos mortal também. Isso ajudaria o mundo a voltar ao estado normal de pré-pandemia - o que significa gastar mais dinheiro em serviços. Os bloqueios e a cautela pela Covid mantiveram as pessoas fora de academias ou restaurantes, por exemplo, e as encorajou a comprar mais coisas.
  • A ameaça da inflação: No início de 2021, previa-se que os EUA encerrariam o ano com inflação de 2%. Em vez disso, está perto de 7%. Em 2022, mais uma vez, o consenso prevê que a inflação encerre o próximo ano perto dos níveis da meta. Outra diferença importante é possível.
  • Decolagem do Fed e mercados emergentes: A decolagem do Fed pode significar um pouso forçado para os mercados emergentes. As taxas mais altas dos EUA normalmente impulsionam o dólar e provocam saídas de capital - e às vezes crises monetárias - nas economias em desenvolvimento.
  • Powell em direção ao aumento de juros: A história recente mostra como um Fed restritivo representa problemas para os mercados. Somando-se aos riscos desta vez estão os preços dos ativos já elevados. O índice S&P 500 está perto do território de bolha e os preços das casas acelerando sugerem que os riscos do mercado imobiliário são maiores do que em qualquer momento desde a crise do subprime em 2007.

Confira os outros riscos potenciais.

Na trilha dos Mercados

A combinação de medo dos contágios pela ômicron e a expectativa de uma atitude mais enérgica por parte dos bancos centrais deixa os investidores reticentes.

Depois da desvalorização de ontem nas bolsas norte-americanas, hoje os futuros de índices em Nova York iniciaram a manhã com pequenas altas. Nos primeiros negócios nas bolsas europeias, os investidores tentavam recuperar parte das perdas da jornada anterior, com as ações de mineradoras na dianteira.

Mas o rumo que tomarão as bolsas ao longo do dia é uma incógnita. As novas restrições de algumas das principais economias mundiais para frear os contágios pela nova variante do coronavírus acendem um sinal de alerta.

Grandes expectativas

Como se não bastasse a incerteza com relação ao impacto das medidas anti-Covid sobre a economia, outra grande dúvida se desponta esta semana: o rumo da política monetária em vários pontos do globo.

Hoje, o Federal Reserve (Fed) começa sua reunião e amanhã dará seu veredicto sobre o desenlace de seu programa compras de ativos. A expectativa é de que o Fed deixe de prover liquidez ao mercado a um passo mais acelerado, o que poderia abrir caminho a uma alta dos juros.

Além do Fed, outros 20 bancos centrais têm reuniões agendadas, incluindo o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Japão (BoJ) e o Banco da Inglaterra (BoE), que juntos são responsáveis pela política monetária de quase metade da economia mundial. Serão oito bancos centrais do G20 decidindo como combater a escalada inflacionária sem prejudicar o andamento da atividade econômica.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

  • Produção industrial da Zona do Euro, hoje
  • Inflação ao produtor dos EUA, hoje
  • China divulga produção industrial de novembro, dados de vendas no varejo, amanhã (15)
  • Decisão da taxa do Fed, amanhã (15)
  • Estoques de negócios dos EUA, vendas no varejo, manufatura, amanhã (15)
  • Decisão sobre a taxa do BOE, quinta-feira (16)
  • Decisão sobre a taxa do BCE, quinta-feira (16)
  • Pedidos de seguro-desemprego iniciais, produção industrial dos EUA, quinta-feira (16)
  • Decisão de política monetária do BOJ, sexta-feira (17)
  • Rebalanceamento trimestral dos índices S&P e Dow Jones entre em vigor após o fechamento dos mercados, sexta-feira (17)
  • Dia do “quadruple witching” no mercado dos EUA, quando as opções e futuros sobre índices e ações expiram, sexta-feira (17)

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

  • A Vale anunciou a venda de sua participação (50%) na CSI (California Steel Industries), produtora de aços laminados planos e tubos de aço na Califórnia (EUA), para a Nucor Corporation. Em fato relevante, a mineradora informou que receberá US$ 400 milhões, e o fechamento da operação está previsto para o primeiro trimestre de 2022.
  • Dez anos depois do conflito com a família Cremonini, ex-sócio italiano na Inalca, a JBS anunciou na manhã de hoje um nova investida no país europeu. A empresa brasileira comunicou a aquisição da centenária fabricante italiana de charcutaria King’s por US$ 92,5 milhões.
  • Os economistas consultados pelo Banco Central no relatório Focus esperam que a inflação medida pelo IPCA chegue a 10,05%, abaixo dos 10,18% do relatório da semana passada. Essa foi a primeira redução na estimativa das últimas 36 semanas. Segundo a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (13), os especialistas esperam que o PIB brasileiro cresça 4,65%, abaixo dos 4,71% da última semana.

Opinião Bloomberg

Criptomoedas: uma proteção imperfeita contra a inflação

Os atuais temores de inflação são diferentes e muitos investidores duvidam que as blindagens aconselhadas na década de 1970 ainda sejam confiáveis. As criptomoedas são um refúgio cada vez mais popular para investidores com fobia de inflação, tanto o “ouro digital” do Bitcoin quanto os criptoativos mais recentes projetados não apenas para serem à prova de inflação, mas para capitalizar sobre a alta dos preços.

Pra não ficar de fora

Comissários de bordo dos Estados Unidos querem que os aeroportos limitem as vendas de bebidas alcoólicas para passageiros antes dos voos, pois o excesso estaria por trás de discussões nos aviões. “Temos visto um incentivo para o consumo de bebidas alcoólicas para tentar aumentar as vendas”, disse Sara Nelson, presidente da Associação de Comissários de Bordo (AFA, na sigla em inglês), citando dados que mostram o número crescente de incidentes. Os aeroportos têm “enviado a mensagem errada sobre pessoas que bebem até o segundo antes em que entram no avião e até mesmo que podem levar essa bebida alcoólica para a aeronave”.

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