Bloomberg — O HSBC planeja parar de financiar operações de carvão usado para gerar eletricidade até 2040. É mais um banco que se compromete a encerrar o apoio ao combustível fóssil intensivo em gases de efeito estufa.
O banco de Londres vai suspender o financiamento de carvão térmico na União Europeia e países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico até 2030, e em todas as outras nações uma década depois, segundo comunicado na terça-feira. Clientes relacionados à fonte de energia devem divulgar planos de transição, e aqueles que não estiverem em linha com a meta do HSBC de alcançar a neutralidade de carbono até a metade do século não receberão novos financiamentos.
O banco pretende reduzir sua exposição ao financiamento de carvão térmico em pelo menos 25% até 2025 e pela metade até 2030.
“Queremos estar no centro do financiamento da transição energética, especialmente na Ásia”, disse Noel Quinn, CEO do HSBC, em comunicado.
Grande parte do setor financeiro tenta cumprir os compromissos de atingir a neutralidade climática até a metade do século. Nesta semana, o Commerzbank disse que clientes atuais que obtêm pelo menos 20% da receita ou da geração de energia a partir do carvão têm até 2025 para esclarecer como deixarão o combustível fóssil mais poluente nesta década.
O HSBC disse que não vai mais financiar clientes na UE e na OCDE, onde o carvão térmico representa mais de 40% das receitas totais de um cliente, a menos que o dinheiro seja investido em energia limpa e infraestrutura. O HSBC já faz parte de um consórcio, que inclui NatWest e Lloyds Banking, que se comprometeu a suspender o suporte a novas usinas de carvão.
A política surge depois que um grupo de acionistas do HSBC registrou uma resolução no início deste ano instando o banco a encerrar o apoio à indústria de combustíveis fósseis, em ação coordenada pela ShareAction, uma organização sem fins lucrativos do Reino Unido. Essa pressão levou o banco a estabelecer novos compromissos para alinhar seus empréstimos aos objetivos do Acordo de Paris.
“O fato de o HSBC ter introduzido uma política de eliminação do carvão é por si só uma vitória para o envolvimento de acionistas com os bancos sobre o clima”, disse Jeanne Martin, gerente sênior de campanha da ShareAction. “No entanto, embora seja um passo importante, a política carece da urgência e do rigor necessários para evitar a crise climática.”
Martin observou que as novas restrições do HSBC para empréstimos ainda não se aplicam a clientes existentes fora da OCDE, onde o banco tem maior exposição. E o HSBC pode continuar a financiar novos projetos de carvão, desde que tenham sido anunciados antes de janeiro de 2021.
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