Bloomberg Línea — A agência de classificação de riscos Fitch Ratings manteve o rating de crédito soberano do Brasil em “BB-”, três passos atrás do chamado grau de investimento. A perspectiva da avaliação segue negativa, o que significa que pode ser rebaixada nos próximos meses.
Na avaliação, a Fitch destacou o peso das incertezas fiscais, além da alta da inflação e da volatilidade do real, que pesam sobre a economia em 2022. Segundo a agência, esses riscos podem ser potencializados pelas eleições do próximo ano.
“A perspectiva negativa reflete riscos de piora para a economia e para as finanças públicas no contexto de restrições nas condições de financiamento e de aumento das dúvidas sobre a credibilidade da âncora do teto de gastos, na sequência de alterações ao seu cálculo para dar lugar a despesas sociais adicionais”, afirmou em nota.
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Por outro lado, afirma a Fitch, a nota de crédito se justifica pela economia vasta e diversa, alta renda per capita comparada aos pares e capacidade de absorver choques externos. A agência ressalta que o país se beneficia de uma taxa de câmbio flexível, desequilíbrios externos moderados, reservas internacionais robustas.
A Fitch projeta uma desaceleração no crescimento da economia para apenas 0,5% em 2022, após uma expansão de cerca de 4,8% neste ano. A agência reconhece que houve um progresso na vacinação, sendo que mais de 65% da população está totalmente vacinada, o que facilitou a reabertura econômica.
“No entanto, o forte aperto nas condições de financiamento interno devido a preocupações fiscais e uma política monetária mais restritiva pesará sobre o crescimento em 2022. O ciclo eleitoral de 2022 também pode limitar o apetite ao investimento, assim como uma agenda de reforma econômica que estagnou após algum progresso no início de 2021″, informou.
Outras agências
No final de novembro, a S&P também reafirmou o rating “BB-” para o Brasil, mas com perspectiva estável. Em comunicado, a S&P reconheceu que a economia brasileira tinha se recuperado mais rápido do que o esperado, mas que suas perspectivas de crescimento eram moderadas.
Na Moodys, o Brasil tem rating “Ba2″, dois níveis abaixo do chamado grau de investimento.
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