Chile eleva juro ao maior patamar em 7 anos para contar inflação

BC já subiu taxa em 350 pontos base neste ano, para o nível mais alto desde 2014

Mario Marcel
Por Matthew Malinowski
14 de Dezembro, 2021 | 06:54 PM

Bloomberg — O banco central do Chile aumentou sua principal taxa de juros em 125 pontos-base pela segunda reunião consecutiva, à medida que os formuladores de política monetária buscam conter o boom de gastos do consumidor e a inflação mais rápida em mais de uma década.

O banco elevou a taxa do overnight para 4% nesta terça-feira, conforme previsão de 13 dos 16 economistas ouvidos em uma pesquisa da Bloomberg. Dois esperavam um aumento de um ponto percentual, enquanto outro previa uma alta de 1,5 ponto percentual.

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Os membros do banco central chileno já aumentaram a taxa em 350 pontos base neste ano, para o nível mais alto desde 2014.

Os membros do banco central liderados por Mario Marcel estão tentando combater a inflação ascendente, já que a economia deve se expandir mais de 11% este ano, seu ritmo mais rápido já registrado.

Os trabalhadores que acumulam dinheiro com os saques antecipados de aposentadoria e a ajuda de emergência durante a pandemia impulsionaram a demanda por produtos, desde alimentos até carros. Enquanto isso, a incerteza política antes do segundo turno presidencial está enfraquecendo o peso e elevando o custo das importações.

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“A forte recuperação reflete os efeitos do estímulo fiscal sobre o consumo”, escreveram economistas do Barclays Capital Inc., incluindo Pilar Tavella, antes da decisão do banco. “Para 2022, mantemos nossa previsão de crescimento acima do consenso de 4%, pois acreditamos que o estímulo fiscal de 2021 levará tempo para ser totalmente revertido.”

Eleições disputadas

O aumento da taxa vem antes do altamente disputado segundo turno presidencial de domingo. A eleição coloca o esquerdista Gabriel Boric, que promete impostos mais altos e melhores serviços públicos, contra o rival conservador José Antonio Kast, que quer impostos mais baixos e um papel menor para o estado.

Inflação mais rápida e taxas de juros mais altas são um fenômeno mundial. Na semana passada, o Brasil aumentou seus custos de empréstimos pela sétima reunião consecutiva, enquanto o México e a Colômbia devem subir as taxas no final desta semana.

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A inflação anual do Chile disparou para 6,7% em novembro, com aumentos impulsionados por energia e vestuário. Economistas e traders consultados pela autoridade monetária veem o crescimento dos preços acima da meta de 3% para os próximos dois anos.

--Com assistência de Rafael Mendes, Rafael Gayol e Eduardo Thomson.

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