Miami — Lançar uma startup, supervisionar a tecnologia, vender, crescer e garantir que seus clientes fiquem felizes são coisas incrivelmente difíceis de se fazer. Isso tudo além de todo o trabalho de back office, incluindo finanças e contabilidade, que muitas startups detestam porque é um trabalho árduo, mas, ao mesmo tempo, é importante que seja feito corretamente.
Esse foi o problema que Jorge Vargas Neto encontrou quando se preparava para vender sua segunda empresa para a Rappi. Segundo ele, os contadores contratados bagunçaram os livros de registro. Sua equipe demorou duas semanas seguidas de trabalho para resolver o problema; a sorte foi que ele tinha o conhecimento para fazê-lo – algo que muitos empreendedores não têm.
“Íamos concluir uma robusta série A para nossa empresa anterior e fizemos uma acqui-hire [aquisição para contratar mão de obra] e uma aquisição de ativos [com a Rappi]; quando fechamos esse negócio tivemos uma experiência muito ruim com os contadores, que no Brasil possuem um NPS (net promoter score, em inglês) de 11″, disse Vargas Neto. O NPS avalia a satisfação de clientes e potencial de crescimento. Como o número varia entre 1 e 100, sendo 100 a melhor pontuação, 11 é um número bem ruim.
Então, Vargas Neto descobriu uma startup americana chamada Pilot, que oferece serviços de back office, como contabilidade e finanças para negócios. “Foi aí que tive a ideia”, disse. A Pilot foi recentemente apoiada pelo fundo de Jeff Bezos, o Bezos Expeditions, e seu último valuation foi de US$ 1,2 bilhões.
Vargas Neto decidiu lançar a Bhub, uma startup brasileira semelhante à Pilot, que anunciou uma Série A de US$ 20 milhões apenas dois meses após encerrar uma rodada de financiamento de US$ 4,4 milhões. A série A foi liderada pela Monashees e pela Valor Capital Group, seguida da QED Investors, Picus Capital e ClocktowerVC.
A empresa tem 51 funcionários e planeja usar o dinheiro para contratar mais 100, investir em marketing e expandir para o México em 2022.
Além do trabalho de contabilidade, a empresa oferece um “painel financeiro com KPIs (indicadores chave de desempenho) relevantes”, disse Vargas Neto. As ofertas de “finanças como serviço” incluem folha de pagamento, pagamentos, projeções e contabilidade.
Atualmente, a empresa possui 134 clientes. “Estamos crescendo três vezes ao mês, com NPS de cerca de 85, então temos todos os ingredientes para afirmar que temos um produto adequado ao mercado”, disse Vargas Neto. A empresa ganha dinheiro com um modelo SaaS.
Como muitas empresas de serviços, a promessa de Bhub é que eles podem lidar com o trabalho enfadonho para você, enquanto você se concentra no crescimento do negócio. “Viemos para preencher uma lacuna que existe no mercado de startups e PMEs. Convidamos os empresários a repensar seu modelo de negócio, entendendo que não é preciso gastar muito dinheiro ou perder tempo com tarefas não relacionadas à sua atividade principal”, acrescenta Vargas Neto.
Em 2020, mais de um milhão de empresas faliram no Brasil com a combinação da crise gerada pela pandemia e por má gestão financeira. A Bhub espera melhorar os resultados ao criar uma nova categoria de serviços de back office, que ajudam empreendedores a administrar melhor suas empresas, economizando dinheiro e tempo gasto em atividades secundárias.
“A Bhub tem mostrado excelência na entrega de serviços e apresentado resultados expressivos em um curto tempo de operação. Investimos em empresas que usam a tecnologia para transformar cenários e colaborar no dia a dia dos brasileiros. A Bhub tem grande potencial para liderar esse movimento no Brasil e na América Latina ao automatizar o dia a dia do empresário”, disse Michael Nicklas, sócio-gerente da Valor Capital Group.
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