Traders adiam apostas de aumento dos juros pelo BOE por ômicron

Mesmo antes da variante, autoridades e muitos economistas indicavam que as apostas de aumento dos juros em 2022 eram muito altas

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Bloomberg — Operadores reduziram apostas em aumento dos juros pelo Banco da Inglaterra ao longo de 2022, já que expectativas de novas restrições para frear a Covid-19 se sobrepõem aos temores de inflação.

Na esteira de declarações do primeiro-ministro do Reino Unido, os mercados monetários agora apostam que a taxa básica do banco central britânico subirá para 1% até 2023. Boris Johnson alertou que o país pode enfrentar um “maremoto” de casos provocados pela variante ômicron. Há pouco mais de três semanas, traders previam a taxa de juros em quase 1,25% até o fim do ano que vem.

Mesmo antes da onda causada pela ômicron, algumas autoridades do BOE e muitos economistas indicavam que as apostas de aumento dos juros em 2022 eram muito altas. Em novembro, o presidente do BOE, Andrew Bailey, disse que, segundo essas projeções, a inflação ficaria abaixo da meta de 2% do banco central no fim do período de previsão. Ele recomendou cautela em relação a essas estimativas.

“Esta reprecificação pode se estender se a variante se tornar um fator maior”, disse Rohan Khanna, estrategista de juros do UBS.

Nos últimos meses, operadores reforçaram apostas em aperto da política monetária do BOE. Em outubro, os preços ao consumidor subiram no ritmo mais rápido em uma década. Projeções apontam que o Reino Unido deve elevar os juros até fevereiro, quatro meses antes do Federal Reserve e bem à frente do Banco Central Europeu.

Com a redução das expectativas de aumento dos juros, a libra chegou a cair 0,4%, para US$ 1,3222, enquanto o rendimento dos títulos de referência de 10 anos mostrava pouca variação, em 0,74%. O BOE já havia indicado que consideraria vender os títulos que possui diretamente assim que a taxa básica atingir 1%.

Embora questões sobre o impacto da variante ômicron tenham guiado os mercados do Reino Unido nas últimas semanas, as preocupações com a inflação persistem. Um indicador de expectativas mostra média de 4,18% nos próximos 10 anos, o maior nível em 25 anos.

Em contraste com as apostas do BOE, traders esperam que o BCE aumente a taxa de depósito em apenas 10 pontos-base até 2023.

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