Mercados em compasso de espera em semana decisiva para bancos centrais mundiais

Bolsas europeias tentam firmar-se em terreno positivo, embora o londrino FTSE esteja relutante; em NY, futuros de índices operam em alta

As variáveis que orientarão os mercados internacionais
13 de Dezembro, 2021 | 08:35 AM

Barcelona, Espanha — A semana se desponta com importantes definições sobre a política monetária de algumas das principais economias mundiais. Cerca de 20 bancos centrais têm reuniões agendadas, incluindo o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE), Banco do Japão (BoJ) e o Banco da Inglaterra (BoE), que juntos são responsáveis pela política monetária de quase metade da economia mundial.

Serão oito bancos centrais do G20 decidindo como combater a escalada inflacionária sem prejudicar o andamento da atividade econômica. O cenário incerto trazido com a variante ômicron deixa os investidores ainda mais ansiosos com relação às fórmulas que as autoridades monetárias adotarão em suas últimas reuniões de 2021.

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As bolsas europeias operavam quase todas em alta, recuperando parcialmente as perdas de sexta-feira. O setor de minério liderava as altas do Stoxx 600, já que o preço da commodity disparou ante as expectativas de que a China aumente os estímulos fiscais em 2022. Na praça londrina, no entanto, o FTSE oscilava entre os campos positivo e negativo. Os futuros de índices em Wall Street davam sequência à valorização da última jornada. Destaque para as ações da Apple no pré-mercado, que subiam 1% e aproximavam a empresa dos US$ 3 trilhões em valor de mercado - volume maior do que todo o mercado de ações alemão ou da economia do Reino Unido.

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Um panorama dos principais mercados

Esperar para ver

Até quarta-feira (15), quando se encontram os dirigentes do Fed, o mercado estará em compasso de espera. A expectativa geral é de que o banco central dos Estados Unidos acelere a redução das compras de ativos que vinha fazendo para estimular a economia.

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Sobre o BCE, o mercado espera que qualquer decisão importante, com relação a juros ou à provisão de liquidez, seja adiada para 2022. Já a investida do Banco da Inglaterra traz mais dúvidas aos investidores.

Semanas atrás, a aposta corrente no mercado era de que este banco central elevaria os juros básicos do país, numa tentativa de conter a alta dos preços. Agora, já não há consenso. O primeiro-ministro Boris Johnson advertiu que o Reino Unido está enfrentando uma “onda gigantesca” de infecções por ômicron, o que pode trazer duras consequências econômicas.

Mais lenha na fogueira

Além da bateria de reuniões de bancos centrais, que supõem importantes sinalizações sobre o futuro da economia de 20 países, dados macroeconómicos darão mais emoção aos negócios. Os indicadores podem dar uma primeira pista de como o aumento das restrições à mobilidade está afetando a atividade econômica. Na quinta-feira serão divulgados vários índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), inclusive o dos Estados Unidos. Também saem as vendas ao varejo e inflação ao produtor (PPI) nos EUA e o IPC do Reino Unido, para citar alguns indicadores.

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Geopolítica em foco

Os ministros das Relações Exteriores do G-7 alertaram a Rússia para diminuir suas atividades na Ucrânia ou enfrentar “consequências massivas”. Em uma declaração conjunta, os ministros disseram que estavam “unidos em nossa condenação do aumento militar da Rússia e da retórica agressiva em relação à Ucrânia”.

Na agenda

No Brasil:

  • Focus
  • Ata do Copom

No exterior:

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  • BoE divulga seu Relatório de Estabilidade Financeira, hoje
  • O Fed inicia sua reunião de dois dias, terça (14)
  • Dados: taxa de desemprego do Reino Unido (outubro), produção industrial (outubro) da zona do euro, terça (14)
  • Decisão de política monetária do Fed, quarta (15) - Produção industrial e vendas ao varejo (novembro) da China, quarta (15)
  • Índice de Preços ao Consumidor (novembro) do Reino Unido, quarta (15)
  • Vendas ao Varejo nos EUA (novembro), quarta (15)
  • Decisões de bancos centrais: México, Banco da Inglaterra, Banco Central Europeu, Noruega, Suíça, Taiwan, Turquia e Indonésia, Filipinas, quinta (16)
  • Markit manufacturing PMI: Zona Euro, EUA, Japão, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, quinta (16)
  • Decisões de bancos centrais: Colômbia, Japão, Rússia, sexta (17)
  • Vendas ao varejo (novembro) e GfK confiança do consumidor (dezembro) do Reino Unido, PPI da Alemanha (novembro), Índice de Preços ao Consumidor da zona do euro (novembro), sexta (17)

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.