Barcelona, Espanha — A semana se desponta com importantes definições sobre a política monetária de algumas das principais economias mundiais. Cerca de 20 bancos centrais têm reuniões agendadas, incluindo o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE), Banco do Japão (BoJ) e o Banco da Inglaterra (BoE), que juntos são responsáveis pela política monetária de quase metade da economia mundial.
Serão oito bancos centrais do G20 decidindo como combater a escalada inflacionária sem prejudicar o andamento da atividade econômica. O cenário incerto trazido com a variante ômicron deixa os investidores ainda mais ansiosos com relação às fórmulas que as autoridades monetárias adotarão em suas últimas reuniões de 2021.
As bolsas europeias operavam quase todas em alta, recuperando parcialmente as perdas de sexta-feira. O setor de minério liderava as altas do Stoxx 600, já que o preço da commodity disparou ante as expectativas de que a China aumente os estímulos fiscais em 2022. Na praça londrina, no entanto, o FTSE oscilava entre os campos positivo e negativo. Os futuros de índices em Wall Street davam sequência à valorização da última jornada. Destaque para as ações da Apple no pré-mercado, que subiam 1% e aproximavam a empresa dos US$ 3 trilhões em valor de mercado - volume maior do que todo o mercado de ações alemão ou da economia do Reino Unido.
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Esperar para ver
Até quarta-feira (15), quando se encontram os dirigentes do Fed, o mercado estará em compasso de espera. A expectativa geral é de que o banco central dos Estados Unidos acelere a redução das compras de ativos que vinha fazendo para estimular a economia.
Sobre o BCE, o mercado espera que qualquer decisão importante, com relação a juros ou à provisão de liquidez, seja adiada para 2022. Já a investida do Banco da Inglaterra traz mais dúvidas aos investidores.
Semanas atrás, a aposta corrente no mercado era de que este banco central elevaria os juros básicos do país, numa tentativa de conter a alta dos preços. Agora, já não há consenso. O primeiro-ministro Boris Johnson advertiu que o Reino Unido está enfrentando uma “onda gigantesca” de infecções por ômicron, o que pode trazer duras consequências econômicas.
Mais lenha na fogueira
Além da bateria de reuniões de bancos centrais, que supõem importantes sinalizações sobre o futuro da economia de 20 países, dados macroeconómicos darão mais emoção aos negócios. Os indicadores podem dar uma primeira pista de como o aumento das restrições à mobilidade está afetando a atividade econômica. Na quinta-feira serão divulgados vários índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), inclusive o dos Estados Unidos. Também saem as vendas ao varejo e inflação ao produtor (PPI) nos EUA e o IPC do Reino Unido, para citar alguns indicadores.
Geopolítica em foco
Os ministros das Relações Exteriores do G-7 alertaram a Rússia para diminuir suas atividades na Ucrânia ou enfrentar “consequências massivas”. Em uma declaração conjunta, os ministros disseram que estavam “unidos em nossa condenação do aumento militar da Rússia e da retórica agressiva em relação à Ucrânia”.
Na agenda
No Brasil:
- Focus
- Ata do Copom
No exterior:
- BoE divulga seu Relatório de Estabilidade Financeira, hoje
- O Fed inicia sua reunião de dois dias, terça (14)
- Dados: taxa de desemprego do Reino Unido (outubro), produção industrial (outubro) da zona do euro, terça (14)
- Decisão de política monetária do Fed, quarta (15) - Produção industrial e vendas ao varejo (novembro) da China, quarta (15)
- Índice de Preços ao Consumidor (novembro) do Reino Unido, quarta (15)
- Vendas ao Varejo nos EUA (novembro), quarta (15)
- Decisões de bancos centrais: México, Banco da Inglaterra, Banco Central Europeu, Noruega, Suíça, Taiwan, Turquia e Indonésia, Filipinas, quinta (16)
- Markit manufacturing PMI: Zona Euro, EUA, Japão, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, quinta (16)
- Decisões de bancos centrais: Colômbia, Japão, Rússia, sexta (17)
- Vendas ao varejo (novembro) e GfK confiança do consumidor (dezembro) do Reino Unido, PPI da Alemanha (novembro), Índice de Preços ao Consumidor da zona do euro (novembro), sexta (17)
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-- Com informações de Bloomberg News