Bloomberg — O pico de infecção por Covid na Europa parece estar se estabilizando depois que governos de todo o continente tomaram duras medidas sanitárias, incluindo lockdowns e restrições aos não vacinados.
Embora a tendência varie entre os países, os números gerais da União Europeia parecem ter atingido um platô. Áustria e Alemanha viram uma mudança dramática, com a taxa de casos dos primeiros sete dias despencando para a metade desde o final do mês passado.
Apesar dos sinais de progresso, as taxas de contágio ainda estão em níveis elevados e os governos estão alerta devido ao perigo de afrouxar as medidas muito rápido e reacender o surto.
A propagação também parece estar diminuindo na Holanda. Mas os casos ainda estão aumentando drasticamente em alguns países, incluindo a Suíça, onde a taxa de disseminação atingiu um nível recorde.
Há também a grande incógnita quanto à nova variante ômicron, que parece ser mais transmissível do que a mutação delta. A Alemanha e outros países estão se esforçando para administrar doses de reforço, depois que algumas pesquisas iniciais sugeriram uma proteção mais baixa em pessoas que receberam apenas duas injeções.
A Hungria, com uma das piores taxas de mortalidade per capita em todo o mundo, está superando o pico da atual onda de vírus, como informou o primeiro-ministro, Viktor Orban, na sexta-feira (10). A Romênia, que está saindo de uma situação bem crítica, encerrou o toque de recolher noturno e estendeu o horário de funcionamento das lojas em resposta a uma queda no número de casos.
A Polônia, no entanto, anunciou restrições sanitárias mais rígidas nesta semana para evitar que a pandemia sobrecarregue ainda mais o sistema de saúde.
Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz se reunirá na próxima semana com líderes estaduais, que controlam em grande parte a política de saúde, para discutir os próximos passos. Ele não está descartando mais restrições antes do Natal.
A meta da Alemanha é administrar 30 milhões de doses até o final do ano. O país também está pressionando para tornar as vacinas obrigatórias, com a legislação na sexta-feira exigindo as vacinas para os prestadores de cuidados. O país está planejando ampliar a obrigatoriedade.
Karl Lauterbach, o novo ministro da saúde da Alemanha, disse que a estratégia do governo visa acabar com a onda delta em curso e impedir a ômicron antes que se espalhe muito.
“Nosso maior objetivo é proteger a população”, disse Lauterbach - um epidemiologista formado em Harvard - na sexta-feira (10), durante o debate parlamentar. “Faremos de tudo para acabar com essa crise rapidamente.”
As campanhas de vacinação, incluindo doses de reforço, são um tema comum em toda a Europa, onde muitos governos também estão visando medidas específicas para os não vacinados.
A Áustria está encerrando um lockdown de três semanas no domingo, mas mantendo as restrições para aqueles que não foram vacinados. E, em um movimento polêmico, também está implementando a obrigatoriedade de vacinação à medida que o continente endurece gradualmente sua postura.
Scholz, da Alemanha, indicou que adotará uma linha dura com os que se recusam a se vacinar, após decidir tornar as vacinas obrigatórias.
“Como uma minoria ruidosa é contra a vacinação e toma medidas radicais, não devemos acusar a sociedade como um todo de divisão”, disse Scholz no Twitter. “Temos que lidar com outras opiniões, mas quando as pessoas estão sob risco, temos que nos posicionar”.
--Com a colaboração de Marton Eder, Iain Rogers, Andras Gergely e Andrea Dudik.
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