Covid lota hospitais nos EUA antes das festas de fim de ano

Em 12 estados e na capital americana, a média móvel de sete dias de internações por casos confirmados de Covid-19 subiu pelo menos 50% em relação a duas semanas atrás

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Bloomberg — Após meses de avisos de que somente as vacinas poderiam evitar um desastre na pandemia de Covid-19, os EUA caminham para uma crise nas festas de fim de ano.

Os números de casos da doença e internações hospitalares estão aumentando perto da época de encontros familiares. A maioria das vítimas não estava vacinada.

A situação é especialmente grave nos estados de clima gelado no nordeste do país, mas médicos em muitos locais relatam a repetição constante do ciclo de internação, terapia intensiva e morte. Faltam leitos e profissionais de saúde para cuidar de tanta gente em sofrimento.

“Estamos em uma situação desesperadora”, disse Brian Weis, diretor médico do Sistema de Saúde do Noroeste do Texas em Amarillo, cidade onde ocorre o pior surto do estado.

Em 12 estados e na capital americana, a média móvel de sete dias de internações por casos confirmados de Covid-19 subiu pelo menos 50% em relação a duas semanas atrás, de acordo com dados oficiais do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Connecticut, Nova Jersey, a capital Washington, Vermont e Rhode Island registraram os maiores aumentos percentuais.

Segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), pouco mais de 60% da população dos EUA está totalmente vacinada. Assim, ainda existe um grande contingente de indivíduos altamente suscetíveis ao vírus e que podem sobrecarregar os hospitais.

Os dados mais recentes do CDC, referentes a setembro, mostram que, ajustando para a idade, as pessoas não vacinadas corriam aproximadamente 14 vezes mais risco de morrer de Covid-19 do que as já imunizadas.

Em alguns estados da faixa norte dos EUA, as internações por Covid estão repetindo o padrão sazonal do ano passado, informou Pinar Karaca-Mandic, do Projeto de Rastreamento de Internações da Universidade de Minnesota.

O inverno está chegando, as pessoas ficam mais em ambientes fechados”, disse ela. Na fase de aumento das internações em 2020, “ninguém estava vacinado”, lembra Karaca-Mandic. Embora os americanos em sua maioria já estejam imunizados, eles também estão se isolando menos do que no ano passado.

As autoridades continuam promovendo a vacinação.

Mesmo em lugares onde a situação é menos grave, há um mau presságio. Na Califórnia, as taxas de infecção permaneceram relativamente estáveis nas últimas semanas, com internações próximas aos níveis de julho, antes de a delta tomar conta. Mas o estado mais populoso dos EUA tinha 11 casos de ômicron confirmados na quarta-feira, o que “presume que veremos dezenas nos próximos dias, centenas nas próximas semanas, milhares” depois disso, disse o governador Gavin Newsom ao canal de televisão ABC.

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