Após Wall Street, Nubank inicia negociação de recibos de ações na B3

Em cerimônia de toque da campainha, fundadores do banco digital reuniram grupo de clientes do Brasil, Colômbia e México

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São Paulo — O Nubank, que abriu capital ontem na NYSE (Bolsa de Valores de Nova York), fez sua estreia na B3, nesta sexta-feira (10), com o lançamento de BRD (Brazilian Depositary Receipts, recibos depositários de ações, na sigla em inglês).

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Negociado no pregão paulista sob o código NUBR3, o papel chegou a disparar até 16,83%, atingindo a cotação de R$ 11,73, após uma abertura a R$ 10,34 (+2,98%) e uma mínima de R$ 10,06 (+0,19%). No fechamento dos negócios, o papel terminou valendo R$ 11,50, com alta de 14,5%.

Os principais executivos do banco digital, como o CEO David Vélez e sua sócia Cristina Junqueira, participaram, na sede da Bolsa, no centro histórico de São Paulo, da cerimônia de toque da campainha. Um grupo de clientes selecionados pela companhia não só no Brasil, mas em outros países de sua atuação (Colômbia e México), também esteve presente e foi chamado ao palco para realizar o toque com os fundadores da instituição.

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Houve clima de celebração com chuva de papel após falas dos fundadores sobre a trajetória do Nubank como uma fintech que implantou inovações no cenário bancário brasileiro.

Em Nova York, o segundo dia de negociação das ações do Nubank está sendo positivo, após a disparada da cotação na estreia. No final do dia, as ações fecharam a US$ 11,85, com alta de 14,7%.\

A ação foi precificada na oferta inicial (IPO) a US$ 9, em uma operação que levantou US$ 2,6 bilhões, que tem como um dos objetivos financiar sua expansão. Hoje, o banco digital diz ter cerca de 48 milhões de clientes.

Nubank chegou à NYE com valor de mercado de US$ 41,4 milhões (cerca de R$ 229,5 bilhões). Ontem, a ação fechou a US$ 10,33, ganho de 14,8% em relação ao preço fixado no IPO. Com isso, tornou-se a segunda companhia aberta mais valiosa do Brasil, atrás da Petrobras (R$ 397 bilhões) e da Vale (R$ 392 bilhões).

Cerca de 815 mil pessoas decidiram investir em BDRs do Nubank, segundo a companhia, que lançou um programa chamado NuSócios para ampiar a base de acionistas.

“Este é um momento histórico para o Nubank, que coroa esses oito anos de trabalho. Desde o primeiro momento em que decidimos fazer o IPO, tínhamos claro que seria uma dupla listagem e fizemos o NuSócios para reconhecer a participação dos nossos clientes nessa trajetória, ajudando a democratizar a bolsa de valores do Brasil com 7,5 milhões de pessoas que pediram um pedacinho do Nubank”, afirmou David Vélez, fundador do Nubank.

Pessoas físicas

Segundo a B3, ao realizar seu IPO nos EUA ontem, e, numa operação simultânea, lançar hoje os BDRs na Bolsa brasileira, o Nubank se tornou a primeira empresa brasileira a realizar dupla listagem no exterior e no Brasil ao mesmo tempo.

A cerimônia do toque de campainha contou também com a presença de Gilson Finkelsztain, CEO da B3. “O Nubank reforça a sua marca de empresa inovadora fazendo também um IPO com características únicas. Ao abrir seu capital no mercado brasileiro e americano, reconhece a importância de trabalharmos juntos para ampliarmos a inclusão financeira no nosso país. Já o NuSócios terá um impacto altamente positivo no número de pessoas físicas na B3 e mostra como clientes também são investidores potenciais que ajudam a construir a potência de qualquer companhia”, disse Finkelsztain, em nota.

A Bolsa brasileira tem mais de 800 BDRs (entre BDRs de ações e BDRs de ETFs) disponíveis para o investidor pessoa física. Com o lançamento dos BDRs, os investidores brasileiros passam a ter acesso aos recibos que representam frações das ações do Nubank, listadas na NYSE.

(Atualizado às 18h50 com dados do fechamento)

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