Bloomberg — O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, embarca em uma viagem oficial aos estados árabes do Golfo na segunda-feira (13), em um movimento diplomático que busca resolver tensões regionais que vêm ameaçando a prosperidade.
A viagem do líder saudita de fato ao Catar coincidirá com a visita do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, como informado por fontes a par do assunto. Não se sabe se os dois líderes se reunirão, embora o ministro das Relações Exteriores do Catar tenha dito, na segunda-feira (6), que não passa de uma coincidência.
As relações da Arábia Saudita com a Turquia azedaram em 2018 depois que o proeminente crítico saudita, Jamal Khashoggi, foi assassinado e esquartejado dentro do consulado do reino em Istambul, gerando condenação internacional. Mas o reino pôs fim a um boicote de três anos ao Catar, um aliado turco próximo, em janeiro, e desde então tem buscado restaurar os laços entre os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo.
A viagem oficial começará em Omã, onde o príncipe Mohammed se encontrará com o sultão Haitham bin Tariq, informou a agência de notícias oficial de Omã. O maior exportador de petróleo do mundo teve um relacionamento distante com Omã por anos devido a seus laços cordiais com o Irã, mas os dois governos se tornaram mais próximos no ano passado.
Os fortes laços da Arábia Saudita com os Emirados Árabes Unidos foram abalados nos últimos anos por diferenças sobre o conflito do Iêmen e a crescente competição por negócios e investimentos. O príncipe também visitará o Kuwait e o Bahrein, segundo as fontes, que pediram para não serem identificadas porque não estão autorizadas a comentar.
A viagem ao Golfo é a segunda incursão do príncipe no exterior desde que o coronavírus causou estragos econômicos e levou os governantes do Golfo a recalibrar as relações. Ele ocorre antes de uma reunião de cúpula do GCC, que ocorrerá no reino, em 14 de dezembro.
Os líderes do Golfo haviam desfrutado de boas relações com Donald Trump, apoiando sua decisão em 2018 de se retirar do acordo nuclear com seu rival comum, o Irã. Eles tentaram redefinir as relações internacionais desde que Joe Biden chegou à Casa Branca, se reaproximando do Irã e sinalizando que será menos tolerante com os aliados dos Estados Unidos envolvidos em conflitos que enfraquecem os objetivos de Washington.
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