Bloomberg — As empresas latino-americanas emitiram um recorde de US$ 15,6 bilhões em títulos globais de dívida externa ESG nos primeiros três trimestres deste ano, de acordo com o Bank of America Corp.
O total foi mais de quatro vezes maior do que os US$ 3,5 bilhões em títulos vinculados a boas práticas ambientais, sociais e de governança em todo o ano passado, de acordo com Caio de Luca, chefe de mercado de capitais de dívida do Brasil para o BofA. Também representa 25% de todos os títulos corporativos emitidos, ante uma média de 5% em anos anteriores, disse ele.
“Estamos vendo um grande aumento na demanda - que veio para ficar”, disse de Luca em entrevista, acrescentando que a pandemia da Covid-19 foi uma “faísca” que tornou os investidores mais conscientes sobre o produto. “Hoje, o assunto ESG aparece em todas as discussões com clientes que planejam fazer transações.”
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O BofA estava entre os coordenadores da venda de um título ESG de sete anos no valor de US$ 500 milhões emitido pela empresa de papel e celulose Suzano em setembro, com cupom de 2,50%. Também participou da coordenação da venda de um título ESG de US$ 1 bilhão da Natura emitido em abril com cupom de 4,125%.
Os fundos ESG de mercados emergentes tiveram captação de US$ 6 bilhões este ano até setembro, um aumento de 241% em relação ao ano anterior, de acordo com de Luca. Mesmo depois desse aumento, o total sob gestão nesse tipo de investimento representa apenas US$ 30 bilhões, ou menos de 5% dos ativos em fundos de mercados emergentes.
“Há muito espaço para crescer”, disse ele.
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