Pfizer e BioNTech afirmam que a terceira dose neutraliza a ômicron

A dose de reforço com a versão atual da vacina aumenta os anticorpos 25 vezes

Pode fechar as lacunas do sistema de defesas do corpo humano contra a ômicron
Por Naomi Kresge - Marcelle Castro
08 de Dezembro, 2021 | 10:29 AM

Bloomberg — A Pfizer e a BioNTech informaram que estudos de laboratório iniciais mostram que uma terceira dose da vacina contra Covid-19 desenvolvida em parceria entre as duas farmacêuticas neutraliza a variante ômicron, resultados que irão acelerar os esforços de administração de doses de reforço em todo o mundo.

Uma dose de reforço com a versão atual da vacina aumenta os anticorpos 25 vezes, fornecendo um nível semelhante ao observado após duas doses contra o vírus original e outras variantes, disseram as empresas. As chamadas células T ainda fornecem proteção contra a doença grave, disseram eles.

No entanto, os parceiros disseram estar confiantes de que terão uma versão específica da vacina contra a ômicron pronta para entrega em março de 2022.

A notícia do resultado do estudo ajudou a impulsionar o mercado de ações dos Estados Unidos, com os futuros do S&P 500 apresentando ganho de 0,3%. As ações da Pfizer subiram 1,4% no pré-mercado em Nova York, enquanto as ações da BioNTech caíram 1,2%.

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O plasma sanguíneo de pessoas imunizadas com duas doses da vacina tem uma redução de 25 vezes nos níveis de anticorpos neutralizantes contra a ômicron, quando comparado com a cepa original do vírus, disseram as empresas.

Os resultados foram os mais recentes em uma série de dados iniciais que haviam sido revelados no dia anterior, mostrando que uma terceira dose pode, pelo menos parcialmente, fechar as lacunas do sistema de defesas do corpo humano contra a ômicron desenvolvidas após as duas doses iniciais. A incerteza sobre a eficácia da vacina contra a nova variante alimentou a volatilidade do mercado e gerou restrições de viagens, desde que a ômicron foi identificada no sul da África no mês passado.

“A partir desses dados preliminares fica claro que a proteção é melhorada com uma terceira dose”, disse o CEO da Pfizer, Albert Bourla, em um comunicado. Os dados iniciais mostram que uma terceira dose pode ainda oferecer proteção suficiente contra a doença, segundo o CEO da BioNTech, Ugur Sahin.

Os dados são preliminares, pois os parceiros continuam estudando a nova variante. É possível que as pessoas vacinadas com duas doses ainda estejam protegidas contra formas graves de Covid da variante ômicron, graças às células T que não são afetadas pelas mutações da variante, disseram as empresas.

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Marcelle Castro

Localization Specialist na Bloomberg Línea. Tradutora brasileira formada pela Universidade de Brasília com mestrado em Estudos da Linguagem pela PUC-Rio e em Estudos Interculturais pela Universitat Rovira i Virgili. Tem 20 anos de experiência como tradutora e intérprete de conferências.