Lula: Bolsonaro precisa “criar responsabilidade” e permitir passaporte da vacina

Em discurso em São Paulo, petista defendeu a Anvisa e disse que atual presidente é responsável por “pelo menos metade” das mortes na pandemia

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São Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro “precisa criar responsabilidade” e permitir que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) obrigue viajantes que cheguem ao Brasil a apresentar o atestado de vacinação contra a Covid-19, o “passaporte da vacina”.

Falando no congresso da Força Sindical, o petista, que é líder nas pesquisas, centrou parte de seu discurso nas críticas à gestão da pandemia pelo atual presidente, a quem responsabilizou por “pelo menos metade” das mortes ocorridas durante a pandemia.

“Não é que o Bolsonaro era obrigado a conhecer de pandemia, mas quando a gente governa um país, a gente se cerca de pessoas preparadas para cuidar das coisas e não precisaria ter acontecido 615 mil mortes se tivesse criado um comitê de crise, ouvido os cientistas e tivesse feito o que a ciência mandou fazer”, afirmou Lula.

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“Nós temos um presidente que faz festa de motocicleta todo santo dia e não teve a coragem de visitar um hospital, uma família que perdeu um parente pelo Covid, não teve sequer a coragem de visitar um funcionário do SUS, que é quem ajudou a salvar este país”, afirmou.

Ontem, em evento na CNI (Confederação Nacional da Indústria), Bolsonaro criticou a Anvisa por querer “fechar o espaço aéreo” (na verdade, a agência defende a apresentação de comprovante de vacinação ou quarentena de cinco dias e testes de RT-PCR).

Lula mencionou a viagem que fez à Europa no mês passado e disse que foi obrigado pelas autoridades sanitárias da Alemanha, Espanha, França e Bélgica a apresentar atestado de vacinação e testes antes de entrar em cada um desses países. O atual presidente afirma não ter se vacinado.

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“Bolsonaro precisa criar responsabilidade e permitir que as pessoas sejam obrigadas a apresentar o atestado de vacinação para proteger a sociedade brasileira”, criticou, afirmando que ainda não são conhecidos a magnitude e os efeitos da variante ômicron.

Pouco depois, Lula subiu o tom contra seu provável adversário político na eleição de 2022: “Se a lei não permite colocar no papel, a lei não proíbe colocar na nossa língua: esse nosso presidente é um genocida, responsável por eu diria metade das pessoas que morreram”.

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