Dose de reforço pode reduzir ameaça da ômicron, mostram estudos

“Um bom reforço provavelmente diminuiria a chance de infecção, especialmente a que causa doença grave”, sugere pesquisador

Aumento de casos na África do Sul após o surgimento da ômicron não lotou os hospitais até agora
Por Jason Gale e Naomi Kresge - Marcelle Castro
08 de Dezembro, 2021 | 10:53 AM

Bloomberg — Os resultados dos primeiros estudos sobre a ômicron são cautelosamente otimistas: embora vacinas como as da Pfizer e BioNTech sejam menos poderosas contra a nova variante do coronavírus, a proteção que oferecem pode aumentar com doses de reforço.

Estudos, incluindo os da África do Sul e da Suécia, mostram que, como muitos temiam, a ômicron causa perda de proteção imunológica, mas não completamente. Em uma análise do plasma sanguíneo de pessoas que receberam duas doses do imunizante da Pfizer-BioNTech, os níveis de anticorpos bloqueadores do vírus foram 41 vezes menores em comparação com a cepa que circulava no início da pandemia.

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Já um estudo do Instituto Karolinska de Estocolmo apresentou conclusões mais animadoras, principalmente que a queda dos anticorpos contra a ômicron é apenas um pouco pior do que no caso da delta (variante responsável pela maioria dos casos de Covid-19 em todo o mundo atualmente).

Os resultados traçam uma visão inicial e incompleta do potencial estrago que a ômicron pode causar. Os estudos têm pequena escala e por isso suas descobertas não são conclusivas. E os dados não contam a história toda, porque os níveis de anticorpos são apenas parte da resposta do sistema imunológico contra o vírus. As células T — apelidadas de “matadoras” — também são importantes na proteção contra doenças graves e é mais difícil medir esse desempenho em laboratório.

Os pesquisadores enxergam motivos para esperança. A perda de imunidade é “significativa, mas não completa”, disse Alex Sigal, pesquisador-chefe do Instituto de Pesquisa em Saúde da África em Durban, que apresentou os resultados do primeiro estudo na terça-feira (7). “Um bom reforço provavelmente diminuiria a chance de infecção, especialmente a que causa doença grave”, disse ele.

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Diante de sinais de maior transmissibilidade do coronavírus com a nova cepa, a Organização Mundial de Saúde alertou que a ômicron pode causar surtos com “consequências graves”. Ainda assim, o salto nos casos na África do Sul após o surgimento da ômicron não lotou os hospitais até agora, gerando um otimismo cauteloso de que a nova variante cause principalmente casos leves da doença.

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Marcelle Castro

Localization Specialist na Bloomberg Línea. Tradutora brasileira formada pela Universidade de Brasília com mestrado em Estudos da Linguagem pela PUC-Rio e em Estudos Interculturais pela Universitat Rovira i Virgili. Tem 20 anos de experiência como tradutora e intérprete de conferências.