Copom mantém ritmo do aperto e leva Selic a 9,25%

Elevação de 1,5 ponto percentual é a segunda consecutiva dessa magnitude por parte do Comitê, que antevê mais uma para a próxima reunião

Comitê liderado por Roberto Campos Neto está enfrentando uma perspectiva de piora rápida para a economia
08 de Dezembro, 2021 | 06:43 PM

Bloomberg Línea — Na sétima decisão de alta consecutiva, o Banco Central subiu a taxa Selic para 9,25% nesta quarta-feira (8), em linha com as expectativas de mercado.

A elevação de 1,5 ponto percentual é a segunda consecutiva por parte do Comitê de Política Monetária (Copom), em um dos ciclos de aperto monetário mais agressivos entre os bancos centrais do mundo, enquanto a inflação do país avança. Segundo a decisão, que foi unânime entre os membros, o Comitê espera outro aumento da mesma magnitude para a próxima reunião.

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O cenário básico da autoridade para a inflação permanece com fatores de risco em ambas as direções, conforme o texto: “Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico. Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país.”

O BC afirmou, no comunicado, que “o Comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico.

O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Copom

O comitê liderado por Roberto Campos Neto está enfrentando uma perspectiva de piora rápida para a economia, que ocorre em meio a uma desancoragem das expectativas de inflação.

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O país entrou em recessão no terceiro trimestre e o crescimento provavelmente permaneceu fraco nos últimos meses do ano, levando a recuos nas apostas de uma elevação mais agressiva da taxa básica. Ainda assim, a inflação acima da meta segue pressionando a autoridade por mais apertos nos juros.

As próximas reuniões do Copom serão nos dias 1° e 2 de fevereiro.

-- Com informações de Bloomberg News

(Atualiza às 18h52 com trechos do comunicado)

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.