Pesquisadores desenvolvem aço inoxidável que mata o coronavírus

Liga de metal recém-desenvolvida pode inativar 99,75% do vírus SARS-CoV-2 em três horas e 99,99% em seis horas

Inovação pode reduzir custos de desinfecção regular de áreas públicas
Por Jinshan Hong - Marcelle Castro
07 de Dezembro, 2021 | 09:39 AM

Bloomberg — Pesquisadores em Hong Kong disseram que desenvolveram o primeiro aço inoxidável do mundo que mata o vírus da Covid-19 em horas, mais uma arma no arsenal de produtos que estão sendo criados em todo o mundo para conter o patógeno que desencadeou a pior pandemia do último século.

A liga de metal recém-desenvolvida pode inativar 99,75% do vírus SARS-CoV-2 em três horas e 99,99% em seis horas, segundo um estudo publicado em 25 de novembro por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Hong Kong.

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Os pesquisadores da universidade, liderados por Huang Mingxin, do Departamento de Engenharia Mecânica, e Leo Poon, do Centro de Imunidade e Infecção, também estão em contato com parceiros industriais para testar este material na criação de produtos de aço, como botões de elevadores, maçanetas e corrimãos, que estão entre as superfícies mais comumente tocadas em áreas públicas.

A inovação - se comprovada como eficaz e escalonável a baixo custo - reduzirá significativamente os custos de desinfecção regular de áreas públicas onde há um trânsito constante de uma grande quantidade de pessoas, como aeroportos e estações de trem, bem como outros locais onde as multidões se aglomeram, como cinemas e estádios. À medida que os temores relativos à pandemia voltam, com a chegada da variante ômicron, o novo produto pode potencialmente ajudar as pessoas a voltarem às suas vidas normais após a interrupção dos últimos dois anos.

A propriedade antimicrobiana da liga é de longo prazo, mesmo se for continuamente danificada durante o uso, informaram os pesquisadores no estudo publicado. E pode ser produzida usando a técnica existente de “metalurgia do pó” mantendo os custos baixos.

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Em circunstâncias normais, o vírus que causa a Covid pode permanecer na superfície por mais de dois dias.

H1N1, E.coli

A nova liga, que adiciona cobre à mistura de aço inoxidável, também pode proteger contra outros micróbios causadores de doenças. O “aço inoxidável anti-patógeno também exibe uma excelente capacidade de inativação” para o vírus da influenza A, H1N1, e a bactéria Escherichia coli, acrescentaram.

A pandemia da Covid já infectou mais de 266 milhões de pessoas em todo o mundo, matou mais de 5,2 milhões e deixou sobreviventes com efeitos colaterais de longo prazo. O próprio vírus sofreu múltiplas mutações, cinco das quais foram declaradas variantes de preocupação pela Organização Mundial de Saúde e mantiveram os fabricantes de medicamentos e vacinas em alerta.

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A variante mais recente e a mais diferenciada até agora, a ômicron, foi detectada pela primeira vez na África do Sul, em 24 de novembro, e se espalhou rapidamente por dezenas de nações desde então, frustrando os planos de reabertura e forçando os países a retomarem restrições a viagens.

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Marcelle Castro

Localization Specialist na Bloomberg Línea. Tradutora brasileira formada pela Universidade de Brasília com mestrado em Estudos da Linguagem pela PUC-Rio e em Estudos Interculturais pela Universitat Rovira i Virgili. Tem 20 anos de experiência como tradutora e intérprete de conferências.