Mercados sobem na Ásia após ação na China e recuperação em NY

Os futuros de ações dos EUA eram negociados com leve alta, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA seguiam estáveis

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Bloomberg — Os mercados asiáticos iniciaram os negócios desta terça-feira com alta depois que as ações dos EUA se recuperaram e a China prometeu medidas para contornar a desaceleração do crescimento econômico. Os negócios com títulos do Tesouros dos EUA se estabilizaram depois de uma forte baixa na véspera.

As bolsas tiveram alta no Japão e na Austrália, enquanto na Coreia do Sul pouco mudaram. Os futuros de ações dos EUA eram negociados com leve alta. O S&P 500 eliminou as perdas da semana passada, enquanto o Nasdaq 100, referência de alta tecnologia, também ganhou, auxiliado por preocupações cada vez menores sobre a gravidade da variante ômicron. O Alibaba Group Holding Ltd. liderou uma recuperação nas empresas de tecnologia chinesas listadas nos EUA, depois que a empresa anunciou uma mudança na gestão.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro aumentaram acentuadamente na segunda-feira apagando a maior parte das quedas acentuadas de sexta-feira, em meio a ofertas de títulos corporativos. A curva se inclinou, revertendo uma tendência em que as expectativas de aumentos das taxas do Federal Reserve impulsionaram os rendimentos de curto prazo. O dólar estava sendo negociado estável e o petróleo segue em forte alta.

China

Os reguladores da China agiram para ampliar o apoio à atividade econômica nesta segunda-feira, já que uma desaceleração do mercado imobiliário ameaça segurar o crescimento da economia. Os formuladores de políticas sinalizaram um afrouxamento das restrições imobiliárias e prometeram estabilizar a economia em 2022.

O Banco Popular da China informou que reduzirá a taxa de exigência de reserva de capital da maioria dos bancos, enquanto o premiê Li Keqiang disse que há espaço para uma variedade de ferramentas de política monetária para sustentar a atividade no país.

A flexibilização das condições monetárias para sustentar o crescimento na segunda maior economia do mundo deve oferecer algum socorro para os mercados em meio à volatilidade. O ritmo mais rápido do Fed reduzindo a compra de títulos, que abrirá o caminho para o aumento das taxas de juros no próximo ano para combater a inflação, testou o apetite dos investidores por risco.

Ômicron

Ainda assim, os investidores veem mais turbulência à frente nos mercados de ações. Novas restrições estão aparecendo em todo o mundo, à medida que as autoridades tentam conter a disseminação do ômicron.

“Claramente, os mercados estão preocupados com uma retração na atividade”, disse Mona Mahajan, estrategista sênior de investimentos da Edward Jones & Co., à Bloomberg Television. “Estamos entrando no final do ano, ainda há algumas incertezas.” No entanto, mais clareza na próxima reunião do Fed e em torno da ômicron “poderia gerar uma faísca para talvez uma alta no fim do ano ou pelo menos mais otimismo no próximo ano”, acrescentou ela.

Na China, a crise da dívida das incorporadoras continua a ser monitorada de perto. O Grupo China Evergrande planeja incluir todos os seus títulos públicos offshore e obrigações de dívida privada em uma reestruturação. Enquanto isso, um grupo de detentores de títulos do Kaisa Group Holdings Ltd. enviou à empresa uma proposta formal de renegociação, com o objetivo de comprar a incorporadora e evitar um calote.

As tensões geopolíticas também estão ressurgindo. Os aliados americanos e europeus estão avaliando eventuais sanções bancárias se a Rússia invadir a Ucrânia. Autoridades do governo decidiram boicotar as Olimpíadas de Inverno de Pequim em fevereiro devido a preocupações com abusos aos direitos humanos.

Aqui estão alguns eventos importantes para assistir esta semana:

  • Decisão política monetária do Banco da Reserva da Austrália, na terça-feira;
  • PIB da zona do euro, na terça-feira;
  • Decisão sobre a taxa do Reserve Bank of India, na quarta-feira;
  • Olaf Scholz deve substituir Angela Merkel como chanceler, na quarta-feira;
  • A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, fala em conferência, na quarta-feira;
  • O presidente do Federal Reserve Bank de Minneapolis, Neel Kashkari, fala, quinta-feira;
  • O governador do Banco da Reserva da Austrália, Philip Lowe, fala, quinta-feira;
  • China: CPI, PPI, base monetária, novos empréstimos em yuans, financiamento agregado, quinta-feira;
  • EUA: CPI, na sexta;

Alguns dos principais movimentos nos mercados:

Ações

  • Os futuros do S&P 500 subiam 0,2% às 10h20 em Tóquio (22h20 de segunda em Brasília). O S&P 500 subiu 1,2%;
  • Os futuros do Nasdaq 100 tinham alta de 0,2%. O Nasdaq 100 subiu 0,9%;
  • Índice Topix, de Toquio, subia 0,7%;;
  • Índice S&P/ASX 200 da Austrália subia 0,5%;
  • O índice Kospi recuava 0,1%;
  • O índice Hang Seng, de Hong Kong, recuava 1,7%;

Moedas

  • O iene japonês pouco mudou em 113,48 por dólar;
  • O yuan offshore estava em 6,3752 por dólar;
  • O Bloomberg Dollar Spot Index ficou estável;
  • O euro estava em US$ 1,1284;

Renda Fixa

  • O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos se manteve em 1,43%;
  • O rendimento de 10 anos da Austrália aumentou um ponto-base para 1,59%;

Commodities

  • O petróleo bruto West Texas Intermediate subiu 0,4%, para $ 69,74 o barril
  • O ouro estava em $ 1.781,17 a onça

Com a ajuda de Alyce Andres.

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