China adota postura mais flexível para estimular a economia

Banco central reduziu o depósito compulsório da maioria das instituições financeiras em 0,5 ponto percentual a partir da semana que vem

Governo tenta sustentar ritmo da atividade
Por Bloomberg News
07 de Dezembro, 2021 | 12:13 PM

Bloomberg — Autoridades chinesas estão tomando medidas para ampliar o apoio à economia do país, diante da freada do mercado imobiliário que ameaça o crescimento no ano que vem.

O presidente Xi Jinping supervisionou uma reunião do Politburo do Partido Comunista na segunda-feira que terminou com um sinal de alívio nas restrições impostas ao setor imobiliário. Nesta reunião, que aconteceu antes do encontro anual que define metas econômicas amplas para o próximo ano, o painel de líderes prometeu estabilizar a economia em 2022.

A decisão ocorre em meio a uma crise de liquidez entre as incorporadoras que abalou os mercados de títulos do país.

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Também na segunda-feira, o banco central reduziu o depósito compulsório da maioria das instituições financeiras em 0,5 ponto percentual a partir da semana que vem, liberando 1,2 trilhão de yuans (US$ 188 bilhões) em liquidez.

O primeiro-ministro Li Keqiang, que já havia antecipado a decisão do banco central na semana passada, declarou na noite de segunda-feira que a China tem espaço para diversas ferramentas de política monetária, incluindo cortes no depósito compulsório.

“O ajuste do tom do Politburo sinalizou claramente que a liderança sênior reconheceu as pressões baixistas na economia”, escreveram economistas do UBS Group liderados por Wang Tao em relatório a clientes. Enquanto o banco central “reiterou a manutenção da postura ‘prudente’ da política monetária, achamos que esse corte no compulsório de fato transmite um sinal claro de flexibilização da política monetária”, acrescentaram.

Uma publicação ligada ao Diário Popular do Partido Comunista informou que o banco central também reduziu a taxa do programa de repasse de empréstimos para o agronegócio e para pequenas empresas em 0,25 ponto percentual, citando fontes não identificadas. A última diminuição dessa taxa foi em julho de 2020, segundo a reportagem.

De acordo com o Politburo, a China vai focar na estabilização das condições macroeconômicas, garantindo que a economia cresça dentro de um intervalo razoável e que a sociedade permaneça em ordem até um importante encontro que acontece no final do ano que vem, o 20º congresso do partido.

A declaração do Politburo não incluiu a frase “casas são para morar, não para especular”.

O Politburo havia usado essa expressão em julho e a mesma apareceu em um texto do vice-premiê Liu He no mês passado. A declaração de julho se concentrou na necessidade de controlar os preços das residências. Essa diretriz esteve praticamente ausente do comunicado distribuído na segunda-feira.

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“O tom em relação ao setor residencial está mais brando”, afirmaram economistas do Morgan Stanley liderados por Robin Xing em nota a clientes. “Reiteramos nossa previsão de crescimento do PIB acima do consenso, de 5,5%, e enxergamos uma mudança clara em direção a uma flexibilização anticíclica e um estágio mais institucionalizado de redefinição regulatória.”

O avanço de 5,5% previsto pelo banco americano seria inferior ao crescimento médio de 6,7% do PIB registrado nos cinco anos até 2019, antes da chegada da Covid-19.

  
  

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